sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Velocidade do pensamento

As coisas correm rápido, tão rápido... E os nossos conceitos são mudados de maneira cada vez mais acelerada. Não temos tempo pra respirar e refletir como nossos antepassados faziam e nossas reflexões mais profundas estão cada vez demorando menos tempo, dando a sensação que são cada vez mais superficiais. Creio ser por isso que muitas pessoas têm a legítima impressão de que a futilidade vêm aumentando esses tempos.

Uma vez recebi de uma amiga o e-mail com esse artigo:


A inutilidade do pensamento científico


"De fato, na história da humanidade aconteceu um fenômeno importante, capital, que é o nascimento do pensamento científico e seu desenvolvimento. Esse fato é um valor intrínseco, em si mesmo, que eu realmente coloco fora do relativismo cultural. Agora, se você olha as coisas um pouco mais do alto, dirá que esse pensamento científico que respeitamos e que nos apaixona em seus progressos passo a passo, que se efetua no decorrer dos séculos, anos ou dias, é na realidade profundamente vão. Já que o que nos ensina é, ao mesmo tempo, a melhor compreender as coisas em seus detalhes e que não podemos jamais compreender na totalidade, no conjunto.

O pensamento científico, ao mesmo tempo que alimenta nossa reflexão e aumenta nossos conhecimentos, mostra a insignificância última desse conhecimento. Depende do seu ponto de vista e do nível, que é o nosso, o do homem do século XX, do mundo ocidental, o pensamento científico é algo essencial, fundamental, e devemos utilizá–lo. Porém, se nos tornamos metafísicos, diremos que de fato ele é essencial, mas ao mesmo tempo é preciso saber que não serve para nada”.


(LÉVI–STRAUSS, C. Entrevista à Bernardo Carvalho, in FOLHA DE S. PAULO, 22 de outubro de 1989).

Interessante notar como não é só pensamento científico que se segue essa mesma linha: "ser essencial e não servir pra nada". Sim, com a velocidade que corre a informação nos dias de hoje, de pouco me adianta expressar meus sentimentos aqui, pois no outro dia meu sentimento podem até já ter mudado. Porque sentimento é essencialmente inútil e é inutilmente essencial.

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