domingo, 8 de agosto de 2010

Um pouco sobre mim

Segredo da felicidade: "[...] nossa felicidade depende de fazermos os outros felizes. Esse é o meio mais seguro para alcançá-la, [...] pratiquemos o maior número possível de boas ações, pensemos em dar alegria às outras pessoas." - Meishu Sama (Mokiti Okada).

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Se você não me conhece, prazer, meu nome é Henrique, estudo Ciências Contábeis na UFPR, sou aficcionado por poesia, música, fractais, física moderna, religião/teologia, filosofia, política e outros assuntos afins. Além de é claro, economia e análise de balanços (do que tenho algumas noções e quero aprender mais).


Por vezes, minha conduta é colérica e ressentida, outras vezes, assumo uma posição com calma e tranquilidade. Contudo, eu JAMAIS deixo de apoiar uma ideia, exceto se me provem que eu estou errado, ou então que eu caia na real. Imaturo, é bem verdade, pois por vezes brinco de dizer uma ou outra verdade, que, espero, faça você refletir.


No mais, quanto à consistência, sou a soma dos meus antepassados. Todos eles vivem em mim. Tenho, por exemplo, muito do meu pai, no aspecto racional, apesar de não lo ser; no aspecto emocional, tenho derivações radicais (o popular, é 8 ou 80) que recebi da minha mãe. Talvez minha alma seja derivada de Deus. Apesar de crer sinceramente nisto, ainda não há fatos objetivos de comprovação. =/


Sou altamente movido por interesses econômicos, algumas vezes. Levando a cabo o conceito de "homo economicus" proposto por Taylor, certa vez.


Sei ser frio e bastante calculista quando necessário. Mas minhas emoções sempre me atrapalham...


Se você algum dia foi magoado, provocado, deixado de lado, diminuído, ou simplesmente me achou um estúpido ou um imbecil, favor me mandar um recado explicando o que se passou: meu feedback é just in time, vou saber reconhecer o que se passou, observando sempre a minha melhoria contínua.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre Patronato

Cabe mui dignamente colocar que "patrões" todos somos. Trabalhadores, administradores, empregados, empregadores. Somos "patrões" do Estado, em primeira estância. É para o povo que este foi criado. Contudo, como se pode assim dizer que lhe é de direito reclamar dos impostos, altos, que, apesar de penar o povo, também o sustenta. Não é mesmo? Ou será que o fato de tirar milhões de pessoas da miséria foi um gasto à toa do nosso Governo? Sinceramente, Falta educação, digo, não talvez da polidez, mansidão e docilidade, a qual ao povo brasileiro é inerente.

Falta a educação crítica, a liberdade aos novos pensadores, que se vêm presos por uma oligarquia já formada. Um bando de hipócritas que apenas aceitam como "certo" ou "errado", publicando ou não o que lhes convém de acordo com seus patrocinadores. Ou seja, mesmo que tenha ideias completamente revolucionárias, ou promulgue pensamentos realmente originais, se a sociedade vigente não o aceitar como pensandor, no status quo já pré direcionado, de nada adianta enviesar qualquer forma de esforço, pois independentemente de quem estiver no poder, a mudança se dará muitíssimo lentamente. O importante é que ela já começou... Afinal, quem gastou mal o dinheiro foram os coronéis, não é mesmo? Foram as burguesias mineira e paulista no período do café com leite, os portugueses no Brasil colônia, os aristocratas do impértio, a vilania dos traficantes de escravo, a burguesia, anteriormente inexistente, depois corrupta, que tente sonegar a qualquer custo uma máquina estatal criada pelos próprios oligarcas - com o consentimento dos mesmos burgueses, diga-se - que jamais os quiseram e deixaram o país endividado...

Foi sempre a elite econômica, não a cultural, pois esta está se formando agora, tampouco a burocrática (entenda ai, servidores públicos, políticos de carreira e outros), que é mera concessão oligárquica, ou modus operandi de infiltração da política destes descendentes de aristocratas, quem impediu a distribuição de renda de modo mais equitativo, tornando-o mais justo, humano e desenvolvido, vendendo, sempre, quando possível, nossas riquezas e concentrando seus negócios em apenas um tipo, sem diversificar, enriquecendo a si próprios, mas decretando a falência eminente da Nação a qualquer mercê criteriosa do Mercado.

E também, como prover ao povo a educação crítica como colocada, se se diminuem os gastos governamentais, ou se há corjas de pessoas que manipulam o eleitorado, para que as ovelhas mansas, sem "educação", votem neles e mantenham a máquina vendendo o que poderia trazer algum benefício e estabilidade à Nação, ou então corrompendo o que já existe e que deveria ser público.

Não é uma questão de nomes, como "Lula", "Sarney","FHC", "Serra". Se a elite não tivesse sido vil e mesquinha e mais consciente, nem "Médicis" haveriam existido, muito menos seria necessário um "Vargas", porque quando o Brasil tornou-se independente, imediatamente alguém já teria tornando este país uma democracia parlamentarista, tomado milhares de acres de terra das mãos dos poderosos e os dividido, limitado o tamanho da propriedade rural, incentivado à burguesia a se estabelecer e crescer. Esta é uma lição de história, na verdade, que faltou a milhares de brasileiros. Por exemplo, em Atenas, somente quando a propriedade foi limitada é que o trabalho assalariado pode se estabelecer, o comércio crescer, tomar força e ganhar influência, etc.

Nossa aristocracia, infelizmente, não foi formada por pensadores, mas por ladrões, hipócritas, demagogos, aventureiros de primeira viagem, etc. Também gente sem perspectiva no Velho Continente e pagos, naturalmente, para explorar o país. Mas explorar no pior sentido possível, sugando o máximo que pudessem, com a mentalidade de sempre que possível sair daqui e voltar para o país de origem, de preferência, rico. E não é assim que pensam muitos brasileiros até hoje? Naquela síndrome estrangeirista de que tudo o que é melhor vem de fora? Que o digam as classes médias urbanas, sendo que muitos deles vieram para cá sendo enganados. Ou seja, italianos, alemães, poloneses, etc. muitos deles vieram a estas terras apenas por um embuste daqueles que já eram donos do poder e acabaram quase semiescravos, deixando descendentes de descendentes que ao verem os ricos e ao escutarem às Elites dominantes, também sentiam que o melhor era viver em outro lugar, menos aqui, isto acabou numa emblemática simbiose, em que boa parte da burguesia baixa a cabeça doente de inveja, enquanto a aristocracia permanece intocada e infiltrada em todos os partidos políticos, ditando preconceitos, vendendo nossas riquezas a preço de banana... Tudo porque a elite econômica nunca foi uma elite cultural, ou seja, nunca pensou. Nem mesmo quando os títulos começaram crescer, nem mesmo quando um sociólogo, que, em tese, faria um governo pelo povo, nem mesmo nesta situação, deixaram de vender o Brasil a preços ridículos, a leiloar tudo e todos no nosso Estado para quem pudesse pagar mais, cortando gastos, inclusive, na construção de escolas, preparação e pagamento de professores. Incentivando a fulga de cérebros do magistério devido a salários de longe incompatíveis com a função.

Deste modo, não há outra explicação possível: sempre foram os patrões, não no sentido anteriormente empregado, mas no sentido mais usual desta palavra, o grande mal deste país. O mais irônico disso tudo é que o primeiro governador realmente vindo povo fez um Governo com 80% de aprovação, conseguiu a geração de milhões de postos de emprego, passou duma crise econômica gravíssima de maneira suave, ainda por cima, cuidando do social como lhe é devido.

Isto só comprova que, ao governar, se deve pensar nos mais pobres, sempre. O Governo voltado aos mais ricos é fadado ao insucesso, porque não prevê desenvolvimento, apenas crescimento da Nação, o que é péssimo: não obstante desconsidera quem mais precisa, protege quem mais explora, mantendo no poder os mais ricos enquanto um povo lá fora, pobre, encardido, faminto, semianalfabeto, desocupado, chora e clama por alguma forma de milagre.

Como é que gente assim, convivendo com essa situação deprimente, toda cheia regalias e confortos conseguiu conviver desse jeito por 500 anos, com Banquetes descomunais ao lado da fome vertiginosa e crônica, numa cruel e total animalização do ser? Como é que gente assim conseguiu dormir à noite?

É por isto que o Povo, e somente o povo, precisa ser de fato o verdadeiro patrão do Estado assim, e somente assim, o Estado cumprirá seu verdadeiro papel.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Catarse artística: a base da crença

Todos já pararam pra pensar: "da onde que vêm obras tão magníficas como as que vemos em galerias de artes?" ou então: "por que o autor fez a obra de modo tão abstrato que cada um compreende de cada jeito, do jeito que quiser?"

A base da resposta está na crença. É, pois é. A crença é a base da arte. E digo mais, há uma diferença gritante entre a arte convencionada e arte genuína, a arte que os filósofos chamam de arte e o que conseguimos de artístico.

Deixe-me explicar. A catarse é um dos momentos em que o ser humano consegue entrar em "comunhão" com o "todo". É um estado já bem definido por Aristóteles como "purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama."

Muitos estudiosos de arte tentaram-na reduzir a escolas, movimentos, modelos e maneiras de como ela pode ser compreendida, sendo simplificada a fatores comuns nas obras. O que é um mero e pontual engano, porque toda boa obra tem por objetivo primeiro à catarse, que nos levaria à profunda reflexão individual, fazendo-nos a obter, até mesmo, uma mudança de comportamento.

E esta catarse é um estado que se atinge a todo momento, em maior o menor grau. Diria que é desde o simples vislumbramento com a Natureza, até a compreensão exata da grandiosidade da existência de YHVH. Todas elas são catarses. E nisto que se baseia toda a poesia, na tentativa constante de criar catarses, num mix de sensações que você não pode compreender se simplesmente reduzir à razão aquilo que lê. Porque artes tem a mesma essência que a religião: provém de catarses relacionadas à natureza e ao mundo em que nos rodeia.


Na verdade, quando redigi este texto, estava pensando naquelas pessoas que insistem em negar a poesia da vida humana. Sabe como? Aqueles uns que acham que toda arte pode ser reduzida ao número limitado de regras e que se esquecem que ela é paralela à crença primordial... Aquela crença que os xamãs tinham nas florestas, que chefes de tribos adoravam, que os japoneses mantém por tradição e respeito, talvez até por sinceridade.

Por isto que se usava, em tempos passados, a arte muito ligada sempre à temas religiosos. Contudo, quando há esta separação nos tempos modernos, acontece que muitas pessoas se esquecem das origens da arte e a utilizam de modo egoísta, dentro de preceitos lógicos ou passíveis de explicações baseadas em sentimentos. O que dá no mesmo...

Ou seja, eles retornaram, sem querer, à tentativa de promover catarses, ou limpeza de pensamento nas pessoas, numa tentativa desesperada de chocar, de tirar do comum. E isto é visto em toda forma de artes contemporâneas: esculturas, pinturas, gravuras, poemas...

E, o melhor desta época, é a releitura da "poesis" (que escrevo errado de teimosia), numa superação da arte como algo factível... Mas no encontro, algumas vezes, com o transcendental, MESMO por meio de obras altamente racionais e pensadas - como são alguns concretistas, ou futuristas.

O Dadaísmo, na sua ilogicidade, na verdade se torna nem muito antiarte: é, na verdade, a expressão máxima da pessoa humana contra um negócio sufocador que é a vida no mundo moderno. E esta expressão pode produzir catarses, mas, neste caso, remonta muito ao que era aquela coisa do xamã, porque a catarse se torna pessoal e quem vir aquilo, não lerá mais do que um punhado de palavras sem sentido, pois está preso num mundo impregnado de razão.

E por isto creio, estipulo, basicamente, que a catarse artística é a base da crença. Porque é ao sentir a poesis no mundo é que há uma um encontro metafísico com algo maior, que permeia e orienta toda a existência.

A arte, portanto, é apenas um meio para achar um resquício (poesis) presente e impregnada em todo o tempo e espaço, quando há uma catarse neste viés, é que a crença em algo se consolida.

Muitos ateus dirão: "Mas eu não creio..."

Aí que eles se enganam: tiveram uma catarse na própria vida, só que indicando o oposto das correntes predominantes. Ou seja, eles perceberam a poesis no mundo como negação de Deus e um apelo às próprias habilidades, ou à ciência.

E daí que surge também a mitificação da ciência. O que é errado, do ponto de vista racional, científico, filosófico...