domingo, 25 de fevereiro de 2007

O papel dos talentos

A época atual também poderia ser denominada de “era dos talentos”, tamanha importância que o dito “capital humano” tomou. Isto só marca a mudança da forma de poder de uma maneira ainda mais acentuada.
Costuma-se dizer, em termos de informática, que nossos avôs sequer conheciam os bits e bytes, nossos país, tios e irmãos mais velhos pensavam em kilobytes e megabytes; hoje pensamos em termos de gigabytes e terabytes, nossos filhos, então, pensarão em yotabytes. Afirmo, porém, que nossos descendentes não se importarão tanto com a capacidade das máquinas, mas com quem as fará funcionar. Como hoje em dia já tem começado essa corrente, percebe-se ser esta a mais lógica.
É cada vez mais latente a falta de gente competente para resolver problemas complexos das empresas, problemas que não podem ser solucionados somente pela tecnologia, nem pelo conjunto propriamente dito de informações e dados. É necessária que alguém talentoso e competente interprete de forma correta aqueles conjuntos de dados e informações, providenciando respostas adequadas ao meio que são chamadas “soluções”, que devem ser aplicadas da melhor maneira.
Veja bem: uma solução não é resposta mágica de todos os seus problemas, é somente “resposta adequada ao meio”, não tendo caráter perfeito. Portanto, o mesmo problema pode ter diversas soluções, sendo que o único critério de para saber qual é a melhor é o nível de adequação.

Criatividade, espírito de busca, limitação das ferramentas

Basicamente, são estas coisas que as pessoas precisam para não serem alienadas; não serem como gado pastando, somente esperando um fim para suas mentes.
Antes de evoluir o raciocínio, faz-se necessário uma definição satisfatória de ferramentas:
Ferramentas são tudo o que os seres humanos se utilizam de forma a facilitarem suas atividades. Tomo esta definição, pois é a mais ampla que pode haver e por ser tão ampla, abrange todas as máquinas que tenham utilidade, inclusive instrumentos mais sofisticados.
A habilidade de criar conhecimento é o que nos diferencia e nos diferenciará eternamente de um computador. Os defensores da tecnologia podem argumentar que os computadores de última geração podem até ler as mentes das pessoas (“Super interessante”, editora abril, fevereiro de 2007, páginas 28 & 29). Mas o que estas máquinas fazem, na verdade, é somente captar as condições do meio—no caso, o corpo humano—e de, acordo com um programa pré-estabelecido, interpretar o meio, dando uma resposta de acordo com o programa—que foi resultado de diversas pesquisas biológicas. Portanto, só está dando a sensação de que a máquina está lendo a sua mente, sendo que, na verdade, ela não está.
Pode ser que acerte, pode ser que não. Há o meio externo, além do jogo, que também modifica as condições biológicas do ser humano. Pode ser que na maioria das vezes, o a resposta fisiológica esteja realmente ligada às sensações do jogo. Mas também pode haver outras pessoas interferindo (por exemplo, um assalto na lan house onde um jogador esteja; e que este sujeito não esteja alheio ao que está acontecendo, ou seja, perceba a movimentação, porém prefira não se intrometer para não ter problemas. Nesta situação, claro que os batimentos cardíacos do jogador iriam aumentar; a máquina, por sua vez, leria como sendo uma resposta ao jogo, que estaria mais difícil, diminuiria a dificuldade e tornaria “sem graça” o jogo. Se o assaltante souber como funciona a máquina, poderia tranqüilamente render o sujeito, sabendo que este, estaria respondendo ao meio, mesmo com o fone de ouvido), pode haver alguma disfunção interna nos órgãos do indivíduo. Destas duas derivadas, podem vir inúmeras outras situações que se tornariam imprevisíveis.
Uma máquina, então, não faz nada aquilo além do que foi programada para fazer: é um meio, uma ferramenta nos conceitos mais antigos dos quais de tenham notícias, isto, por mais sofisticada que seja. Um computador que faz cálculos complexos para rodar programas simples, não está fazendo, não está criando nada: está somente correspondendo à que foi programada, está cumprindo fielmente à sua missão, que é facilitar e melhorar a atividade humana, tornando está mais fácil e agradável.
O que o ser humano jamais deve fazer é ilimitar a capacidade de cálculos que o processador pode fazer, dessa forma, estará doando a única qualidade que o deixa superior ás suas ferramentas: a criatividade.
A criatividade vinha sendo desconsiderada até algumas décadas atrás, principalmente em locais como as gerências de empresas. O único meio que existia de criar algo, era seguir alguma receita já existente, como um bolo—e que fora, normalmente, copiada por alguém! Pouca gente se atrevia a criar coisas. Pouca gente se atrevia a arriscar e a criar novas idéias, quanto menos, a tirarem estas dos papéis. Cientistas como Newton, Galileu, T.A.Edison, Santos Dumont e tantos outros; pensadores como Wycliff, Hus, Piaget, Freud, Platão, Aristóteles, Karl, Marx, Nietsche, Santo Agostinho & companhia; naturalistas como Darwin, Russel, Mendel etc. –claro, sempre existiram! Mas suas idéias nunca foram aceitas de imediato, mesmo com comprovação e, mesmo assim, custavam a ter aplicações concretas.
Não se está afirmando que temos de formar uma geração de gênios, mas sim que nos acostumemos com a nova forma de poder e que não sejamos meros coadjuvantes—que façamos parte de um mundo novo, onde todas as idéias serão bem-vindas e bem julgadas: se úteis, aplicadas; quando não, extirpadas. Portanto, devemos sempre estar exercitando para que tenhamos novas idéias continuamente, pois assim estaremos nos valorizando cada vez mais.
E o que mais chama atenção nas grandes personalidades, foi a sua perseverança combinada com os seus espíritos de busca. Um difere do outro: “perseverança” é insistir de modo produtivo em alguma coisa que se considere certo; “espírito de busca” é estar constantemente buscando pelos problemas, sempre ficar atento aos detalhes. Veja que um é diferente do outro, mas os dois se complementam, de forma tal que, normalmente, não se manifestam separadamente.
É possível, porém, ter espírito de busca sem ser muito criativo e o contrário, também sendo verdadeiro. O problema é que, se alguém é muito criativo e não tem grande espírito de busca, pode perder oportunidades para aplicar a sua criatividade, e se tiver grande espírito de busca, mas for desprovido de imaginação fértil, poderá identificar todos os problemas, porém não terá condições de aplicar soluções originais e, muitas vezes, mais eficazes do que alguém criativo. Por isso que devemos ter e aperfeiçoar os dois, pois também se completam.

Comunicação, independência, excesso de informação & a nova forma de riqueza e dominação

O ato de comunicar, ou seja, de “tornar comum”, é algo de grande importância desde o advento da espécie humana. Na pré-história, o ser humano, como ser social, precisava descobrir coisas banais como quando a “fêmea” estava no período fértil, onde eram os melhores locais de caça, quais as terras que já foram exploradas e coisas do gênero. Para isto, ele precisava tornar comum às outras pessoas estes fatos. E daí veio à criação das línguas e dialetos; eram, a principio, um meio para atingir determinado fim, um modo de tornar público algum dado, ou seja, o ato de informar. E esta criação foi tão importante que nas sociedades hidráulicas, os escribas, quase sempre, eram considerados divinos e tinham cargos bem recompensados nas organizações governamentais.
Comunicação e informação estão, pois, interligadas desde o advento da homo sapiens como subespécie sapiens, ou seja, desde que deixaram o estado de selvageria e passaram para o de cultura. E assim, foi sendo conforme passasse a história. Porém, a comunicação de informações complexas sempre ficou restrita a um pequeno número de acadêmicos, fossem estes os seguidores de Pitágoras na antiga Grécia, ou formandos das famosas universidades européias no período Medieval e/ou Moderno.
Entretanto, com o advento dos meios de comunicações modernos, isto deixou de existir: um tratado que demora anos para ser comprovado, pode hoje ser lido em questão de minutos quando publicados na Internet ou na revista Scientific American Brasil, tanto faz. E este processo está cada vez mais eficiente e globalizado, nota-se isto quando, ao ligar a TV, podemos ter conhecimento dos fatos que envolvem o mundo.
Não se pode esquecer jamais que nenhuma informação é 100% pura, além daquela que nós mesmos refletimos e tornamos um conhecimento. Toda informação de momento é fabricada por alguém, geralmente da grande mídia (TV, rádio, sites que dependem de recursos advindos de patrocinadores e diversos outros) geralmente contendo alguma influência de quem patrocina, normalmente advindo da elite.
As pessoas não param mais para pensar, tamanha quantidade de informações inúteis às quais são bombardeadas diariamente. Isto é de interesse particular de quem domina, considerando que só quem pode dominar é quem obtém o conhecimento reflexivo, pois este se auto-alimenta, já que depende apenas do próprio pensamento. Desta maneira, pode-se afirmar que só quem pode se considerar realmente livre e/ou independente, é quem, além de conseguir uma determinada condição de vida que lhe garanta o essencial mais algum conforto, pode criar conhecimento a partir das informações selecionadas e comunica-las.
Portanto, identifica-se um novo modo de dependência nessa nova era: A da dependência intelectual, onde as pessoas acabam necessitando dos dados fornecidos pela grande mídia, pois concordam plenamente com as análises que venham a ser feitas ou divulgadas por ela.
Mas, a dependência é comum e, de certa forma, inerente às povoações humanas, pois tem mudado somente o tipo pelo qual se faz. No início, antes do advento do registro da comunicação, e até um determinado período depois, mais ou menos até a antiguidade clássica, a dependência entre as comunidades se faziam mais fortes à coercitiva—pela força. Claro que existiam todas as outras formas de dominações, mas esta era a mais forte. Durante a Idade Média, foram as terras que mais contaram, pois a riqueza era contada pela medida das terras arrendadas. E nos períodos de Modernismo, capitalismo e, até alguns tempos atrás, de neocapitalismo, o que mandava era o capital monetário, nações subjugavam umas às outras pelo poderio econômico.
Não devemos, então, temer essas mudanças na forma de dominação, mas sim compreendê-las e usá-las, fazendo com que o principal ativo que renova o poderio econômico a cada mudança, seja valorizado e renovado. Assim foi quando do advento das sociedades antigas e belicosas (os guerreiros eram muito valorizados), das sociedades onde a terra era primordial (os donos das terras guerreavam muito por elas), onde o comércio era extremamente desenvolvido (comerciantes tinham privilégios), quando industriais produziam artigos em massas (as indústrias passaram a ser indicadores de progresso).
Quando adentramos em tempos mais recentes, vemos que leis e juristas foram revalorizados, pois quem detinha o poder eram membros dos governos, pessoas que trabalhavam com leis. Ultra recentemente somente, é que se percebeu que a informação é uma forma de poder mais eficientes, e a habilidade de comunicá-la e manipulá-la de forma a se tornar imperceptível essa manipulação é o que torna possível a perpetuação deste poder. E quem cria este novo tipo de capital, o intelectual? Quem pode produzir conhecimento? O ser humano.
Por isto, é mais que revisto que profissionais precisam ter como um de seus pré-requisitos a criatividade, para poderem criar as tecnologias, e, se forem de boa índole, usar o poder adquirido através de muito estudo para evolução da humanidade. Se não, infelizmente, teremos uma nova guerra, desta vez, mais oculta que as outras: a guerra dentro da própria pisque humana, que lutará bravamente para negar a realidade que lhe é criada de forma a dominá-la.

Tipos de informações & conhecimentos

(Será inútil continuar os próximos artigos sem visualizar os tipos de informações e conhecimentos)
Tipos de informações & conhecimentos

· Informação de momento: aquela que, em um momento, nós tomamos conhecimento e logo no seguinte podemos esquecê-la que não nos fará diferença alguma. Toda informação, a princípio é de momento, já que todas as informações são inúteis sem um fim;
· Dado: igual à informação simples, em teoria até mais isento de opiniões. São bem representados pelos números, porém há que se ter cuidado: estes podem ser manipulados;
· Informação complexa: diz-se de informação a qual se precisa de reflexão para entendimento, seja esta reflexão causada pelo modo de linguagem ou pelo conteúdo em si;
· Informação simples: Informação que está clara na linguagem e no entendimento, não está isenta de opiniões, como todas as informações;
· Informação fabricada: Todo o tipo de dado que vem pela imprensa. Podem ser sub-classificadas de acordo com a distorção da mídia. E todas as informações de momento são fabricadas;
· Informação selecionada: são informações que podem nos ser úteis e que guardamos de uma maneira ou outra. São o primeiro passo para que uma informação se torne uma tecnologia e/ou, posteriormente, um conhecimento;
· Tecnologia: são todas as informações que foram aplicadas de alguma maneira; se obtiver sucesso, a informação inicial era correta, se falhar, a informação estava errada;
· Conhecimento de comprovação: O resultado de uma informação aplicada se torna um conhecimento. Por exemplo: podemos criar, com base em dados (informação), uma nova tecnologia em telecomunicações, se esta tecnologia será ou não aprovada, será ou não bem sucedida, não sabemos. Porém, após jogá-la no mercado, teremos o conhecimento de que esta tecnologia funciona ou não.
· Hipótese: partindo-se da informação selecionada, os filósofos e cientistas também podem seguir a linha da teoria e formular “chutes” com bases em nessas informações. São justamente essas divagações as quais chamamos de “hipóteses”. Estas podem ou não ser comprovadas de acordo com o método científico;
· Teoria ou tese: uma hipótese pode ser testada por meio de experimentos para verificar sua autenticidade inúmeras vezes. Se na maioria das vezes, a resposta do meio for positiva, logo a hipótese pode ser verdadeira e, sendo comprovada, torna-se uma “teoria” ou “tese”;

Há ainda o conhecimento construído ao longo dos anos da vida de uma pessoa, de acordo com as informações que seus órgãos sensoriais vieram captando do meio, sua mente, interpretando e seu espírito, assimilando. Isto é o que se considera ser “experiência”.
Há, também, a teoria que, quando aplicada, se torna uma tecnologia. Há o conhecimento que as pessoas comuns adquirem por meio reflexivos. Existem outras formas de informações as quais considero menos relevante. Se tornarem-se importantes, abrirei um parêntese que a explicará.

Era da informação—na verdade, do conhecimento!

Entramos numa época em que saber, finalmente, se tornou poder, não só em teoria, mas na prática. Alguém pode argumentar: “Na história, em todos os momentos, os mais poderosos detinham o poder, que eram acompanhados pelo conhecimento.” Está certo: os mais poderosos sempre detinham o poder e o conhecimento. Mas o segundo era conseqüência do primeiro. Por exemplo, na idade medieval, a ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) obteve grande poder, devido à fé de seus seguidores que doavam para ela as terras, principal indicador de poder naqueles tempos. Graças a este fato, os clérigos puderam manter e tornar secreto todo o conhecimento adquirido durante o período clássico, e fizeram mais: ampliaram este conhecimento.
Em tempos contemporâneos, entretanto, a informação e o conhecimento se tornaram por si sós, fontes de poder. Hoje, “quem pode mais é quem sabe mais” e isto é tão verdadeiro quanto à tecnologia contribui enormemente para o ato de informar e de não haver tecnologia sem informação.
Há de se considerar que muitas pessoas têm afirmado e comprovado pequeno panorama exposto. Só que o povo se esquece de uma coisa básica: qual o real sentido de “informar”? Seria tornar público algo que antes era “formal”? Seria trazer dados e expô-los ao publico? As duas afirmações estão corretas, existindo, um algo a mais que quase todos se esquecem: toda informação em si, é inútil, sem que exista um fim para ela. Uma informação aprendida, um conhecimento adquirido, é inútil sem que se saiba onde aplicar. Todas as informações e conhecimentos, porém, têm tido aplicação na vida prática. (Estudantes têm problemas com a escola, pois sabem que há conhecimentos que jamais usarão em suas vidas profissionais; conhecimentos e informações que sabem ser “descartáveis”, como tudo o que a indústria da informação moderna tem exposto.).

Advertência

Por mais que se tente entender tudo o que tem ocorrido nos últimos anos com o mundo, jamais chegaremos a uma resposta convincente que explique de forma concreta todos os fatos. Psicólogos, tecnólogos, engenheiros, políticos, religiosos, videntes, charlatães, pessoas sérias e todos os demais ocupantes de cargos em quaisquer que sejam as ocupações humanas tentarão, porém, não conseguirão explicar os fatos que têm sucedido os anos a partir do século XXI, nem nos anteriores, sem apelar para algo abstrato, que está além da imaginação de cientistas e leigos.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Resposta via e-mail, defendendo a falta de Religião e Deus como um dos fatores da queda do socialismo

É inegável o fato que a religião tem contribuído durante os séculos para a a alienação e opressão do povo. Vide a a Idade Média, onde a ICAR tudo controlava: desde a validade das dinastias dos reis europeus junto ao conhecimento acumulado dos séculos passados, até a mentalidade do povo, que era mantido ignorante. E não foi à toa que Marx & Engels pregaram o ateísmo embutido aos ideais de liberdade.
Os cientistas também tentam cair menos o possível na armadilha de creditar à Deus tudo o que não conseguem descrever--- e por isso estão em constante tormento de forma a buscar sempre uma descrição satisfatória dos fenômenos. Visto o progresso do mundo atual em termos materiais, não há dúvidas de que isso tenha funcionado...
Porém, o mesmo não ocorre na esfera real do próprio ser humano. Está na essência de cada um de nós um questionamento básico, uma intriga que nós fazemos com nós mesmos, uma indagação que recaí em todos os seres que possuem liberdade para isso. E essa absoluta ansiedade em saber o porquê das coisas tem consumido as pessoas há milênios. Se essa indagação e busca pela verdade absoluta que vêm desde os primórdios da nossa espécie, tivessem sido supridas pela ciência ateísta, não seria certo termos encontrado o modo de vida ideal para nós? E sendo assim, não seria certo aplicá-la à todas as áreas da atividade humana? ( como o socialismo tentou...) Decerto sim...
Entretanto, quando nos deparamos com o mundo atual, repleto de pessoas em estados lastimáveis, que dizer? Diríamos à elas para esperar um Deus a salvá-las? Diremos à elas se esforçarem para sair dessa situação? Talvez possam estar as duas coisas interligadas... À partir do momento em que se crê realmente em Deus, as pessoas tendem a cumprir melhor o que lhes foi designado, cuidando para que a moral, o pacifismo,o altruísmo e o espiritualismo---ou seja a civilização e o bem--- prevaleçam sobre o materialismo, o egoísmo, o imoralidade extrema e a violência--- ou seja, a selvageria, o mal.
Talvez Jesus tivesse dito : "BUSCAI o Reino dos Céus!"; mas a humanidade entendeu : "ESPERAI o Reino dos Céus!"... E por isso a religião quedou à dominar o mundo de forma déspota, o que fez o homem comum de tolo e alguns pensadores desacreditarem dela. Com o famigerado e conseqüente recurso da negação, as pessoas se esqueceram da eterna busca pelo ideal de verdade, que seria acompanhado pelos mais altos níveis de bondade e beleza. Assim, sob a manta de se livrar do sonho, esqueceram que algum dia podia ser alcançado e partiram para tentar solucionar os problemas da forma mais concreta que podiam imaginar: usando-se da matéria, esquecendo-se propositalmente das conseqüências a longo prazo.
Em parte deu certo, mas as pessoas estão cegas por crerem mais no concreto do que no abstrato, desconsiderando que o homem existe não só no plano material, mas no plano mental e também num plano imperceptível, ao qual muitos homens e mulheres nomearam "Mundo Espiritual"--apesar disso ser um pouco fora de um embasamento científico, é certo que essa gente não deve ter dedicado a vida inteira a alguma causa por nada, alguma razão há.
Considerando que sem uma direção um navio caminha invariavelmente para o naufrágio ou para a loucura de seus tripulantes, e quem dá esse rumo é o capitão considerando a crença na fidelidade das cartas náuticas, pode-se o mesmo dizer com os povos. Vendo a tripulação como povo, o capitão como governante, o lugar onde se quer chegar como o mundo ideal--seja ele num plano concreto ou abstrato--- e as cartas náuticas como os meios de fazer isto, logo entendemos que com uma carta náutica falha, a ruína pode vir a cair sobre a tripulação, ou seja ideais errados levam à ruína da população e tirar a crença de alguém humilde como se tivesse tirando a droga de um viciado, é como se o capitão dissesse:

---Ei! O navio vai afundar! Não temos botes salva-vidas para toda a tripulação e não há saída para o desastre!

As conseqüencias psicológicas disto na maioria seriam, no mínimo, desesperadoras a curto-prazo e certamente fariam com que algumas pessoas se jogassem no mar, outras matassem para poderem entrar nos botes e mais outras conseqüencias caóticas.
Não quero dizer com todas explicações que sou extremamente contra ao socialismo e também não quero convencer que Deus existe. Não! De forma Alguma! Para isso teria de ser radical demais, tenho opinião, mas não gosto de impô-la; porém, não vou ficar passivo diante de algo que não concordo. Ainda mais que pessoas fazem coisas que não fariam se não fosse pela fé...
Há ainda outros termos a tratar, mas me detenho aqui: o assunto é longo demais.