segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Panrealismo.

Temos um problema sério de pensar naquilo que somos. Há quem chegue em conclusões de maneira muito simples, muito rápido; como se realmente soubessem quem são, do que são capazes. Entretanto se esquecem que a vida e a morte, que a luz e a escuridão, que a loucura e a retidão, que os alimentos e a libação, e enfim aquilo que vemos, sentimos, ouvimos, percebemos, tateamos, deduzimos, criamos, obliteramos, vencemos, perdemos, imaginamos, conquistamos, ou então simplesmente, temos, nada mais são do que a imagem daquilo que acontece na realidade. Portanto, frutos da nossa imaginação.
Há o real, o irreal, o surreal. Sim, o irreal é aquilo que imaginamos, certo? O real é aquilo que é. É o que está lá e não tem constatação. A realidade objetiva, por assim dizer. Por exemplo, se for vista uma construção metálica crua, sem tinta, apena polida, 10 entre 10 pessoas dirão ser feita de metal. Podem não saber o tipo ou a resistência do material, tampouco o coeficiente de dilatação. Mas sempre dirão que é composto de metal.
Até aí temos coisas simples, já constatadas. Definições que temos nesse mundo.
O surrealismo, entretanto, criado por André Breton, movimento francês, de algumas décadas atrás, cujo o principal expoente foi o pintor Salvador Dali, na pintura- não tendo grande expressão na literatura; se caracteriza pela junção do real e imaginário. O Real mais o Irreal. Aquilo que existe, mais o sonho que existe ao redor daquilo. Uma coisa só pode ser considarada surreal, quando vem da 'dimensão' dos sonhos e passa para o real, através do artista ou quando retrata realidades possíveis. O filme Matrix, por exemplo, a partir dessa última consideração, é todo surreal.
Agora, quando tomamos o mundo irreal- imaginário - como um reflexo do mundo real podemos ver então que logicamente o surrealismo, é na verdade, também real. Quando consideramos apenas o irrealismo, ou o realismo, consideramos partes da realidade. O surrealismo, por ser o conjunto dos dois é mais real que os outros dois separados. Mas ainda assim, não é os dois. Por isso também podemos chamar o conjunto dos três de Panrealismo. Somos, portanto, (acrescente isto às suas definições de ser humano) também seres Panreais. Porque é dos seres humanos, e de nenhum outro ser vivo constatado ainda que, no plano material, as coisas complexas saem: são criadas; transformadas; geridas; confiadas; manipuladas; usadas; reutilizadas; entre outras coisas.
P.S.: é importante lembrar que somos a soma de nossos antepassados...
P.P.S.: para os que crêem, temos uma partícula divina, algo que nos leva mais próximo ao Criador; bem como algo que nos dá uma natureza animal. Que nos garante a sobrevivência, mas, muitas vezes, nos torna seres desprezíveis, caso domine sobre a natureza divina.

P.P.P.S.: Na verdade, eu andei pesquisando e parece que o hiperrealismo é na verdade um movimento artístico análogo ao fotorrealismo, ou seja, uma tentativa por parte dos artistas em pintar de maneira mais real que a foto.. (absurdo pra mim se querem saber).
Mas, pra evitar confusões, cunhei um termo novo (este sim sombrado em vermelho (!) ) PANREALISMO, onde 'pan' = 'tudo'; real= Ora... já tá escrito no texto!; aliás, como alguém dos comentários disse, não fui eu quem cunhei o termo. Mas cheguei nele sozinho. Não achei nenhuma bibliografia em português sobre o mesmo.

2 comentários:

Rachel Theodoro disse...

Gostei do seu texto, Henriquen, obrigada por me deixar o link do blog. Mas, Panrealismo não foi um termo cunhado por você. Se você gostou, faça bom uso dele. Acho que você entendeu o significado. Depois dou uma olhadinha nos textos anteriores. Talvez tenhamos muitos assuntos em comum. Um abraço. Flora.

Rachel Theodoro disse...
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