sábado, 8 de setembro de 2007

Complexidade e simplicidade...


Não é a primeira vez que eu falo sobre complexidade. O primeiro artigo, eu me lembro ter escrito sobre a complexidade das coisas simples. Sim, isso ainda continua. Escrevi pouco, eu me lembro, mas escrevi bem. Bem, como escrito naquela ocasião, as coisas simples são complexas e as complexas são cada vez mais simples. Essa era a idéia básica; Paradoxal, Sim, era! mas correta se for pega coisas simples... Observe um inseto, e depois uma cadeira. O inseto será simples à medida em que é pequeno e que vive comendo coisas, pra comer coisas e se reproduzir. Para isso voa; para isso incomoda; para isso tem um complexo funcionamento. Eis aí: Eis uma complexa coisa numa simples! Já a cadeira, é muito simples... É um instrumento inventado para humanos a fim de poder se manterem confortáveis na posição sentada. Mas, porque tem encosto, porque são de determinada cor ou outra, de determinado material ou outro; bem, são pura e simplesmente idéias. E tão abstrata e complexa é uma idéia elaborada, somente um humano--ou Deus!-- com um pouco de raciocínio, pode compreender.

Explicando melhor: enquanto os motivos dos processos e formas simples da cadeira são facilmente perceptíveis, os dos insetos não são. Enquanto o motivo das cores de um inseto são facilmente perceptíveis, as de uma cadeira, não! Ou seja, uma coisa simples como uma cadeira é complexa; já um inseto, que pode parecer simples ou complexo dependendo do observador, de fato sendo simples e complexo!

Enfim, deixemos de considerar somente cadeiras ou insetos, pois se começar a ponderar aqui, todas as pessoas e coisas são extremamente simples e complexas-- o que deixa qualquer observador bastante confuso é que tudo apresenta as duas características, opostas, exatamente ao mesmo tempo. Tolo é quem não percebe isso. Se alguém conseguir me entender, vai ter dado um passo a frente rumo ao entendimento da sociedade humana...

As pessoas tem motivos para agirem. A partir das informações dos sentidos, cérebro processa as informações do meio para poder elaborar as decisões a serem tomadas Quanto mais informações são extraídas do meio - são captadas pelos nossos sentidos - maior a possibilidade de estarmos lidando com coisas simples. Sim, qual a surpresa? Coisas simples são repletas de informações - informações simples, é bem verdade - mas que vêm em grande quantidade. Por isso fica mais fácil interpretarmos o meio e aplicarmos nossas respostas. Por exemplo, quando se faz uma refeição, uma mesa cheia de alimentos e julgada belo pelos olhos humanos, há ali uma enormidade de informações. E é fácil para qualquer um encher o prato e se deliciar. Bem, pela quantidade de informações ali presentes, o nosso cérebro acaba gravando uma resposta àquela situação, se educando e sempre dando respostas semelhantes às situações semelhantes. Isso se torna causa principal de impulsos.

O caso dos impulsos é dado à parte: geralmente ocorrem em situações simples, com poucas informações, mas cujo o excesso de informação já é previamente conhecido, bem como a resposta adequada, são tão triviais que são ditadas pelo nosso lado mais primitivo! Pois o conjunto de informações captados, não só naquele momento, mas durante toda a vida, é bem grande, grande o suficiente para termos memória, então coisas simples, como ruídos, podem ser interpretadas de forma simples. Sendo que são mais elaboradas, mais complexas do que pensamos. Assim sendo, age-se de forma simples diante poucas informações, pois pensamos já saber do que se trata aquele dado, então incorre-se em erro.

Agora, o inverso é verdadeiro: quanto menos dados, mais complexas as situações. Aprende-se bem isso com a resolução de problemas das ciência exatas. Se houver, digamos, apenas dois valores de uma grandeza em um problema, vê-se que é necessário compreender exatamente qual a relação entre eles para podermos chegar às respostas, que geralmente "pedem" outras grandezas (pelo menos mais uma grandeza para chegar à resposta.)

Eu sei: posso estar te confundindo, caro leitor.

Entretanto, é preciso ponderar as coisas. O mais simples são situações com uma quantidade exata de dados onde se possa aplicar os conhecimentos sem que aquilo seja óbvio ou fácil demais; então que aquilo não seja insolúvel devido a falta de informações disponíveis. Porém, informações de menos, tornam as coisas tão complexas, que paralisam. Já informações em demasiado, mesmo que vindas da memória, confundem mesmo sendo simples.

A complexidade em demasiado, leva à não-ação; A grande simplicidade faz com que tenhamos atitudes precipitadas e erradas, devido à confusão de nossa cabeça. O ideal é que se saibam as informações certas, para se fazer as coisas certas, de modo certo. E isso é dificílimo. Há que se entender que esse sistema de informações ao nosso redor é incomensuravelmente grande, extremamente interligado. Temos então uma teia que liga todas as coisas de alguma maneira; e, portanto, tudo que foi exposto a cima tem gravidade na vida como um todo.