sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Nômades

Somos nômades de nascença
Por mais que não tenhamos consciência.
Passamos nos movendo.
Passamos nos perdendo.

A vida é só uma passagem.
A passagem é só por um tempo.
O tempo é sempre fluente.
A fluência de ir sempre pra frente.

A morte intermitente
Das coisas inconseqüentes,
Em estórias subseqüentes.
Vitória estimada de assustar.

E segue-se em frente.
Como se nada estivesse a abalar.
Nômades, é o que somos
por mais que não entendamos

Por mais que briguemos com chronus;
Estamos sempre lá
Perdidos, com o ônus
De não se achar em nenhum,
E, ao mesmo tempo, em todo lugar.

Sob minha face o luar
O escuro e estranho privilégio de amar...
Mas, não nos prendemos jamais.
Com o hálibe nobre da liberdade,
nos escondemos em todo lugar,
E passamos por todo cais

Sim, estamos em todo lugar;
de vida, ou de morte ireos passar,
Constituímos um movimento novo
no qual se move, o tempo todo
e sempre parado se está.

Sim, Nômades do mundo novo,
Movem-se e estranhamente, não saem do lugar.
Por tudo o pensamento girar,
E a vida corre, calma e quieta,
Ao fim inesperado que a espera,
em algum lugar.

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