domingo, 17 de dezembro de 2006

Capital do mundo?!

Não sei se alguém que visite este blog (se é que alguém visita) tenha assistido o Jornal Nacional do dia 16/12/06, sábado.
O fato é que eles chamam, em uma das reportagens, Nova Yorque de a "capital do mundo". Esta colocação parece um tanto inocente à primeira vista, entretanto não o é se tomarmos todo o contexto em que estava inserido e o que pode vir a gerar...
É fato que Nova Yorque tenha sido comparada à Babel dos tempos de Nabucodonosor, como é fato também que essa comparação não vem sem sentido, bem como os E.U.A. tenha assumido o papel de "Roma" na atualidade. Porém, num telejornal que se propõe a ser o mais imparcial o possível, como pode alguém se permitir a fazer tal colocação que demonstra claramente a posição que provém da emissora sobre os E.U.A. ?
Podem eles, de maneira muito sutil, quase imperceptível, fazer com que sejamos cada vez mais tentados a nos colocar na posição de meras províncias estadunidenses com colocações como esta. Aliás, "eles podem" não?!-- Eles já fazem! É uma política de alienação e paga-pauzismo(vem de "paga-pau", uma expressão para quem admira muito outrem, fazendo tudo como este ser) que faz tornar o dito telejornal cada vez mais insuportável--bem como todos os demais programas da rede Globo de telecomunicações.
E não é só isto: não estariam eles, quando colocam um contraste de posições (Brasil: eles mostram, na maior parte do tempo, um lugar ruim, com altos índices disto e daquilo-- claro que coisas ruins-- e E.U.A: país rico, lugar cuja a "capital do mundo" está localizada, que está em festa, que vive bem--apesar dos pesares), fazendo com que a tentação de ir para o exterior fosse aumentada, com conseqüente aumento de imigrantes ilegais? Ou, ainda, não estariam eles contribuindo para que as pessoas tivessem sua auto-estima diminuídas e cada vez mais sem esperanças de uma possivel melhora? (Isto é: há esperanças, mas eles apontam só as que os E.U.A indicam... Não se preocupam em incentivar que as pessoas descubram as soluções para seus próprios problemas, mas sim, apontam o modelo de vida "americano" como sendo a solução para os problemas das pessoas--isto tudo, claro com uma dose sutil de influência e lavagem cerebral diária, durante toda a programação (novela é onde isto está mais explicito)).
São detalhes como este e outros por aí que me fazem ser contra a Rede Globo de Telecomunicações e suas propostas de "imparcialidade com relação à notícia", pois, já que sutilidades como estas são rotineiras, por que não assumir de vez a sua posição como instrumento estadunidense pra a imposição do seu poder?

Um comentário:

Unknown disse...

Alguma coisa que venha da Globo ainda surpreende você?
Uma emissora que é feita para ocupar a classe média e fazer com que essa se transforme no grande ídolo das classes mais baixas, mantendo assim o "Estatus Quo",nesse caso, o conformismo, não deveria ter tanto crédito quanto ela possui atualmente.
Ao meu ver, as pessoas estâo ficando levemente mais espertas (ressalto o levemente), pois a Globo "só" conseguiu ,manipular o primeiro turno das eleições esse ano e, tenha sido o resultado bom ou ruim, não aconteceu a mesma palhaçada da eleição do Collor.
Quanto ao "paga-pauzismo", nada mais natural. Afinal, quem você acha que mantém um poderio tão grande da imprensa em um país que sempre acaba agindo de acordo com seus interesses? Quem defende a direita acima de tudo, a ponto de ter apoiado nosso golpe militar? E, mais claramente, a quem interessa essa invasâo da cultura norteamericana, e por quem ela é disseminada?
Respondendo a essas perguntas, acharia realmente estranho se a Globo fizesse uma melhor imagem do Brasil em detrimento da dos EUA.