terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Estranho senso divino...?

Sim, é estranho. Porque como humanos, independente da ideologia que sigamos, temos dentro de nós um resquício, uma vontade, de fazer algo bem feito. Rousseau dizia que somos bons por natureza... Bem, mas na verdade Freud (de outra linha de raciocínio) que o homem acaba sendo mau por natureza... Aí como é que fica?

Somos bons ou maus por natureza?

Talvez sejamos neutros. Nem bons, nem maus. Talvez tenhamos genes que nos conduzem ao egoísmo e outros, ao altruísmo.

Nossas sinapses acabam servindo como um mero meio para escolher nossa forma de comportamento. Porque podemos ser bons quando quisermos e maus também.
Mas por que o homem deve ser bom? Moralmente falando, se todos fôssemos egoístas e extremamente radicais em nossos pontos de vistas, logo não estaríamos sequer discutindo: estaríamos nos degladeando.

Somos 'super-homens', como tanto queria Nietszche? Impossível! Não no estado em que nos encontramos agora, ligando mais para crença ou descrença do que para um mundo de possibilidades que podemos viver!

Eu vejo um ser humano livre para ser o que bem entender, ao passo que condicionado por aquilo que o limita: A matéria!

Nossos corpos não nos deixam voar, nos fazem, muitas vezes, prisioneiros de necessidades com as quais não podemos lidar. Não que seja ruim. Na verdade, é preciso saber usá-los com inteligência e destreza, como se não ligasse pra eles e ao mesmo tempo cuidasse deles...

Materialismo é dar ênfase a condição humana e não a liberdade que lhe é inerente. Apesar de ter dado grandes contribuições no campo científico, não resolveu os problemas da essência humana, estes continuam sendo cada vez mais amplificados, como prova, é cada vez maior os casos de depressão no mundo. Tentamos lutar contra isso usando a matéria: drogas que condicionem nossas sinapses... O resultado é um ciclo sem fim que prende a pessoa a algum elemento material, sem no entanto libertar as pessoas para o senso crítico.

É cada vez mais comum a quantidade de pessoas que está descrente e por essa perda de fé, acaba se enfiando num mar sem fim de amarguras e sofrimentos. Alguns dirão que são pessoas de mente fraca. Não posso deixar de argumentar que vivemos numa era sem esperanças, numa em que irmãos matam irmãos, pais matam filhos, filhos matam pais... E por aí vai.

Somos condicionados a sermos depressivos? Temos esse comportamento latente, mas alguns de nós o escolhem porque não conseguem enxergar a beleza das coisas. Porque boa parte da religião fracassou - nisso eu concordo! - justamente por esqueceram de dizer ao ser humano que ao ser criado, por DEUS - talvez não nesse, mas em outro plano paralelo, que alguns chamam poeticamente de "Mundo Espiritual" (o que é bem possível, quando se aceita ao menos a dualidade "espírito/matéria", até certas correntes ateístas a aceitam. Existindo, é claro divergências... ) - O fez de modo que ele fosse um ser perfeito dos pontos de vistas morais, mas que pelo seu livre-arbítrio, incorreu em erros que estão quase destruindo o próprio mundo.

Deste modo, o maior inimigo do ser humano é o próprio ser humano. Sobram catástrofes nessa época e mesmo assim, ainda há humanos tão orgulhosos que confiam plenamente em sua razão - que não conseguiu e nem vai conseguir o feito prodigioso de trazer soluções para todas as inquietudes humanas. Fato realmente impressionante.

É preciso de emoção (fé, gratidão, amor) e vontade (de ajudar, de fazer o bem) e a aplicação disso, se quisermos algum dia habitarmos um mundo ideal.

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