sexta-feira, 22 de maio de 2009

Debate sobre Religião e Ateísmo!

Não importa quantas provas de a existência ou inexistência de Deus mostrarmos para ateus ou teístas, respectivamente.

Não importa.

Assim como não faz sentido discutir o sexo dos anjos, ou a posologia do buraco de vento, as pessoas teimam em arranjar debates para se demonstrarem corretas. Mais próximas do real, sendo que, no entanto, seus referenciais são equivalentes, dessa forma, suas visões de mundo têm valores iguais.

O fato é que somos uma unidade de diversas dimensões. Um pensamento único que se divide ou se multiplica se tornando diverso, derivado das nossas próprias sensações. A realidade é contínua, padronizada na maior parte das vezes, e apenas pode ser analisada na extensão dos pensamentos de cada um, os quais por sua vez, são limitação e limitados ao mesmo tempo pela lógica daquilo que se tem como real. O que dá como implicação prática a inexistência da objetividade absoluta. Ou seja, há inexistência da própria objetivadade, tendo em vista que para que esta exista é necessário que se tenha uma lógica tida como correta por ser provável e evidente - ou seja, absoluta - isto em qualquer meio, sob qualquer circunstância. Porém isto é impossível: aplicando qualquer exame mental, sob dadas circunstâncias, mesmo a ideia tida como mais verdadeira, como mais próxima do certo e do real, pode falhar, pode se tornar absolutamente errada.

Como a subjetividade se dá, em seu sentido primeiro, como uma objetvidade relativa ao sujeito, relativa ao observador ou ao observado, então toda a descrição da realidade acaba se tornando, simplesmente, uma esfera de pensamento: um modo de ver o mundo que pode ser explicado de diversas maneiras. Até mesmo, incitando a ausência de explicações - o que acaba sendo outra forma de tentar dizer o que é.

Portanto, diga o que quiser, passe o que passar...
Discuta o quanto quiser: a realidade de cada um é a mais pura verdade para aquela pessoa. A VERDADE Absoluta existe? Sim... No parâmetro suficiente da inexistência de erros. Mas o que são erros? Imprecisões, incoerências, insatisfações, contradições? Não será por ser simples e contraditório que este raciocínio se torna belo e impressionantemente verdadeiro? Vejo isso em poesia - dos grandes poetas - quase o tempo todo quando paro para ler. Há de fato qualquer coisa que possa ser chamada de erro? A tentativa de evitar erros é incoerente na medida em que nosso modo de ver objetivo é relativo, portanto subjetivo, assim sendo, é impossível por não saber, por não fazer ideia, dizer simplesmente "não sei". Exceto em casos de completa ignorância, o mais sensato seria dizer que se tem uma ideia, mas não se tem certeza. Em discussões filosóficas embasadas em empirismo, pode até ser que não tenha certas provas, no entanto limitar-se a observar como se não soubesse, calcado na 'ignorância' é, de certa maneira, algo ardilosamente arquitetado para disfarçar a real natureza daquele experimento que já foi iniciado com algum propósito.

A postura agnóstica faz-se portanto insensata: crer que não sabe e esperar pelas comprovações já é uma posição e por si só uma crença e portanto pode ser incoerente, imprecisa, insatisfeita, con . Ou seja, não saber é crença tanto quanto o saber científico ou o saber religioso - ambos tão válidos quanto. Embasar-se apenas em dados concretos limita a visão do sujeito... Porque nada é na verdade concreto: é misto de energia condensada com o sentido que você quer dar para aquilo.

Se Deus existe? Diria que não, se não O sentisse. E não é indução do meio social- talvez apenas a escolha da religião o seja, mas a minha religiosidade é um fator que seria independente da religião que professasse - até mesmo se fosse ateu, me tentaria a crer em coisas místicas. E pela fé tenho forças... Mas desconsideram isso. A experiência mística e a razão instrumental parecem inimigas eternas e aliadas num mesmo xadrez infinito e espiral. Uma não existe sem a outra: em algumas épocas uma prospera e em outras, outra.

Vive-se numa correr cíclico: apolônio e dionisíaco. O que a "ciência" faz? Disfarça a enorme falta de compreensão do ser humano sobre si mesmo. Sobre o mundo. Utiliza conhecimento para alienar. Usa do saber para tirar... E isso, isso não admitimos.
O que a religião faz? Exatamente o mesmo...
Opa! Peraí?! Será que o grande problema são as coisas - digo, o estudo sobre as coisas - ou observador dessas coisas? Qual será o prisma correto? Ateu ou teísta?

Particularmente creio em DEUS. Aquele que é. Como é. Em tudo... Dando seu calor e movendo o Universo pelo tempo e espaço. Iluminando o caminho das pessoas de missão maior e guiando a Evolução, dando aval ao lado científico com as mutações e a herança genética de toda forma viva.

Mas, o que dizer? Há pessoas que negam veementemente Deus. Descrença pode ser pior que crença e crença pior que descrença... Depende a pessoa, o momento, a ocasião. Quero dizer, no fundo no fundo...:

Talvez não haja um só homem na face da Terra que haja sequer metade como as religiões - todas - dizem que é pra agir em voz uníssona (não, não falo de maneira alguma das divergências, mas sim dos acordos, das convergências). Portanto os efeitos da crença ou descrença não podem ser medidos por visão objetiva e cartesiana... Não mesmo. Como diria Galileu: todos os referenciais são equivalentes apenas bastando a sua escolha para aquele no qual você se sente mais confortável ou que você descreva melhor o fenômeno.

Concluo portanto, que nenhuma das ideias que vem de fora valem. A história de tudo pouco importa. Não importa os raciocínios lógicos. Não importam tudo quanto digam... São palavras vazias, vãs. As teologias, as ateologias no fundo, no fundo, de nada servem. Não importa a Bíblia ou os tratados de Darwin: eles falam sobre as mesmas coisas... As pessoas não entenderam isto e ficam se atacando como se fossem ideias ou ideais totalmente opostos!

A única coisa que pode salvar o ser humano é sua ação em prol do bem de seu semelhante de acordo com suas crenças, princípios e valores. Mas, o que pode julgar esse modo de agir? Como somos todos falíveis, não podemos nos dizer infalivelmente quem é certo ou errado. Nem usar a lógica para tal - nossa lógica acaba falhando como nós mesmos. Dessa meneira, é que o verdadeiro teísta jamais deveria julgar, ou recriminar alguém, mas estar aberto sempre às discussões.

E, de qualquer maneira... Isso também pouco importa.
Importa mais a resposta de uma simples pergunta:

"O que de bom você fez hoje?"

Mas o que é bom, afinal? Sobre qual parâmetro? Afinal, o bem e o mal são objetivamente relativos. Dependem da ocasião e da sua forma de agir em resposta à ocasião, muito mais do que da forma de pensar. O pensamento se torna reflexo.O único parâmetro de Bem e Mal Absolutos é/seria o Ser Absoluto. E este é Verdade pra mim. Mas não para os outros... Ou seja, seria eu o esquizofrênico? Ou será que eu vivo num mundo doente? Bem, vejo por aí gente egoísta, consumista, grosseira: quando percebo isto eu me sinto mal. Quando eu ajo assim, também.

Como esse comportamento individualista é estimulado por nossa sociedade materialista (não que a falta de etiqueta seja algo difundido...: mas sim, o comportamento egoísta que é), então me pergunto: Será que nossas crenças valem algo para nós mesmos? A discussão entre crença ou descrença faz sentido? Volto a bater nesta questão. O ateísmo pode gerar mal e esta lógica é sensata, bem como o teísmo, também pode gerar mal... Porém, o que é mais interessante é que ambos concordam que se as pessoas vivessem guardando os preceitos religiosos a religião, na verdade, não precisaria existir. Se todos fôssemos infalíveis não faria sentido fé alguma. Então Deus ou a ausência dEle não precisaria ser sequer mencionada: afinal, estaríamos agindo, TODOS, como Deus quis - para o bem social - e não como o ego de cada um quer.

Por fim, volto a deixar apenas umas perguntas: o que é bem? é apenas o que mantém a vida? E o que dizemos manter a vida realmente mantém? Ou procuramos ofegantes desesperadamente uma sobrevida apenas? Enfim:

O que de bom você fez hoje?