domingo, 8 de agosto de 2010

Um pouco sobre mim

Segredo da felicidade: "[...] nossa felicidade depende de fazermos os outros felizes. Esse é o meio mais seguro para alcançá-la, [...] pratiquemos o maior número possível de boas ações, pensemos em dar alegria às outras pessoas." - Meishu Sama (Mokiti Okada).

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Se você não me conhece, prazer, meu nome é Henrique, estudo Ciências Contábeis na UFPR, sou aficcionado por poesia, música, fractais, física moderna, religião/teologia, filosofia, política e outros assuntos afins. Além de é claro, economia e análise de balanços (do que tenho algumas noções e quero aprender mais).


Por vezes, minha conduta é colérica e ressentida, outras vezes, assumo uma posição com calma e tranquilidade. Contudo, eu JAMAIS deixo de apoiar uma ideia, exceto se me provem que eu estou errado, ou então que eu caia na real. Imaturo, é bem verdade, pois por vezes brinco de dizer uma ou outra verdade, que, espero, faça você refletir.


No mais, quanto à consistência, sou a soma dos meus antepassados. Todos eles vivem em mim. Tenho, por exemplo, muito do meu pai, no aspecto racional, apesar de não lo ser; no aspecto emocional, tenho derivações radicais (o popular, é 8 ou 80) que recebi da minha mãe. Talvez minha alma seja derivada de Deus. Apesar de crer sinceramente nisto, ainda não há fatos objetivos de comprovação. =/


Sou altamente movido por interesses econômicos, algumas vezes. Levando a cabo o conceito de "homo economicus" proposto por Taylor, certa vez.


Sei ser frio e bastante calculista quando necessário. Mas minhas emoções sempre me atrapalham...


Se você algum dia foi magoado, provocado, deixado de lado, diminuído, ou simplesmente me achou um estúpido ou um imbecil, favor me mandar um recado explicando o que se passou: meu feedback é just in time, vou saber reconhecer o que se passou, observando sempre a minha melhoria contínua.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sobre Patronato

Cabe mui dignamente colocar que "patrões" todos somos. Trabalhadores, administradores, empregados, empregadores. Somos "patrões" do Estado, em primeira estância. É para o povo que este foi criado. Contudo, como se pode assim dizer que lhe é de direito reclamar dos impostos, altos, que, apesar de penar o povo, também o sustenta. Não é mesmo? Ou será que o fato de tirar milhões de pessoas da miséria foi um gasto à toa do nosso Governo? Sinceramente, Falta educação, digo, não talvez da polidez, mansidão e docilidade, a qual ao povo brasileiro é inerente.

Falta a educação crítica, a liberdade aos novos pensadores, que se vêm presos por uma oligarquia já formada. Um bando de hipócritas que apenas aceitam como "certo" ou "errado", publicando ou não o que lhes convém de acordo com seus patrocinadores. Ou seja, mesmo que tenha ideias completamente revolucionárias, ou promulgue pensamentos realmente originais, se a sociedade vigente não o aceitar como pensandor, no status quo já pré direcionado, de nada adianta enviesar qualquer forma de esforço, pois independentemente de quem estiver no poder, a mudança se dará muitíssimo lentamente. O importante é que ela já começou... Afinal, quem gastou mal o dinheiro foram os coronéis, não é mesmo? Foram as burguesias mineira e paulista no período do café com leite, os portugueses no Brasil colônia, os aristocratas do impértio, a vilania dos traficantes de escravo, a burguesia, anteriormente inexistente, depois corrupta, que tente sonegar a qualquer custo uma máquina estatal criada pelos próprios oligarcas - com o consentimento dos mesmos burgueses, diga-se - que jamais os quiseram e deixaram o país endividado...

Foi sempre a elite econômica, não a cultural, pois esta está se formando agora, tampouco a burocrática (entenda ai, servidores públicos, políticos de carreira e outros), que é mera concessão oligárquica, ou modus operandi de infiltração da política destes descendentes de aristocratas, quem impediu a distribuição de renda de modo mais equitativo, tornando-o mais justo, humano e desenvolvido, vendendo, sempre, quando possível, nossas riquezas e concentrando seus negócios em apenas um tipo, sem diversificar, enriquecendo a si próprios, mas decretando a falência eminente da Nação a qualquer mercê criteriosa do Mercado.

E também, como prover ao povo a educação crítica como colocada, se se diminuem os gastos governamentais, ou se há corjas de pessoas que manipulam o eleitorado, para que as ovelhas mansas, sem "educação", votem neles e mantenham a máquina vendendo o que poderia trazer algum benefício e estabilidade à Nação, ou então corrompendo o que já existe e que deveria ser público.

Não é uma questão de nomes, como "Lula", "Sarney","FHC", "Serra". Se a elite não tivesse sido vil e mesquinha e mais consciente, nem "Médicis" haveriam existido, muito menos seria necessário um "Vargas", porque quando o Brasil tornou-se independente, imediatamente alguém já teria tornando este país uma democracia parlamentarista, tomado milhares de acres de terra das mãos dos poderosos e os dividido, limitado o tamanho da propriedade rural, incentivado à burguesia a se estabelecer e crescer. Esta é uma lição de história, na verdade, que faltou a milhares de brasileiros. Por exemplo, em Atenas, somente quando a propriedade foi limitada é que o trabalho assalariado pode se estabelecer, o comércio crescer, tomar força e ganhar influência, etc.

Nossa aristocracia, infelizmente, não foi formada por pensadores, mas por ladrões, hipócritas, demagogos, aventureiros de primeira viagem, etc. Também gente sem perspectiva no Velho Continente e pagos, naturalmente, para explorar o país. Mas explorar no pior sentido possível, sugando o máximo que pudessem, com a mentalidade de sempre que possível sair daqui e voltar para o país de origem, de preferência, rico. E não é assim que pensam muitos brasileiros até hoje? Naquela síndrome estrangeirista de que tudo o que é melhor vem de fora? Que o digam as classes médias urbanas, sendo que muitos deles vieram para cá sendo enganados. Ou seja, italianos, alemães, poloneses, etc. muitos deles vieram a estas terras apenas por um embuste daqueles que já eram donos do poder e acabaram quase semiescravos, deixando descendentes de descendentes que ao verem os ricos e ao escutarem às Elites dominantes, também sentiam que o melhor era viver em outro lugar, menos aqui, isto acabou numa emblemática simbiose, em que boa parte da burguesia baixa a cabeça doente de inveja, enquanto a aristocracia permanece intocada e infiltrada em todos os partidos políticos, ditando preconceitos, vendendo nossas riquezas a preço de banana... Tudo porque a elite econômica nunca foi uma elite cultural, ou seja, nunca pensou. Nem mesmo quando os títulos começaram crescer, nem mesmo quando um sociólogo, que, em tese, faria um governo pelo povo, nem mesmo nesta situação, deixaram de vender o Brasil a preços ridículos, a leiloar tudo e todos no nosso Estado para quem pudesse pagar mais, cortando gastos, inclusive, na construção de escolas, preparação e pagamento de professores. Incentivando a fulga de cérebros do magistério devido a salários de longe incompatíveis com a função.

Deste modo, não há outra explicação possível: sempre foram os patrões, não no sentido anteriormente empregado, mas no sentido mais usual desta palavra, o grande mal deste país. O mais irônico disso tudo é que o primeiro governador realmente vindo povo fez um Governo com 80% de aprovação, conseguiu a geração de milhões de postos de emprego, passou duma crise econômica gravíssima de maneira suave, ainda por cima, cuidando do social como lhe é devido.

Isto só comprova que, ao governar, se deve pensar nos mais pobres, sempre. O Governo voltado aos mais ricos é fadado ao insucesso, porque não prevê desenvolvimento, apenas crescimento da Nação, o que é péssimo: não obstante desconsidera quem mais precisa, protege quem mais explora, mantendo no poder os mais ricos enquanto um povo lá fora, pobre, encardido, faminto, semianalfabeto, desocupado, chora e clama por alguma forma de milagre.

Como é que gente assim, convivendo com essa situação deprimente, toda cheia regalias e confortos conseguiu conviver desse jeito por 500 anos, com Banquetes descomunais ao lado da fome vertiginosa e crônica, numa cruel e total animalização do ser? Como é que gente assim conseguiu dormir à noite?

É por isto que o Povo, e somente o povo, precisa ser de fato o verdadeiro patrão do Estado assim, e somente assim, o Estado cumprirá seu verdadeiro papel.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Catarse artística: a base da crença

Todos já pararam pra pensar: "da onde que vêm obras tão magníficas como as que vemos em galerias de artes?" ou então: "por que o autor fez a obra de modo tão abstrato que cada um compreende de cada jeito, do jeito que quiser?"

A base da resposta está na crença. É, pois é. A crença é a base da arte. E digo mais, há uma diferença gritante entre a arte convencionada e arte genuína, a arte que os filósofos chamam de arte e o que conseguimos de artístico.

Deixe-me explicar. A catarse é um dos momentos em que o ser humano consegue entrar em "comunhão" com o "todo". É um estado já bem definido por Aristóteles como "purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama."

Muitos estudiosos de arte tentaram-na reduzir a escolas, movimentos, modelos e maneiras de como ela pode ser compreendida, sendo simplificada a fatores comuns nas obras. O que é um mero e pontual engano, porque toda boa obra tem por objetivo primeiro à catarse, que nos levaria à profunda reflexão individual, fazendo-nos a obter, até mesmo, uma mudança de comportamento.

E esta catarse é um estado que se atinge a todo momento, em maior o menor grau. Diria que é desde o simples vislumbramento com a Natureza, até a compreensão exata da grandiosidade da existência de YHVH. Todas elas são catarses. E nisto que se baseia toda a poesia, na tentativa constante de criar catarses, num mix de sensações que você não pode compreender se simplesmente reduzir à razão aquilo que lê. Porque artes tem a mesma essência que a religião: provém de catarses relacionadas à natureza e ao mundo em que nos rodeia.


Na verdade, quando redigi este texto, estava pensando naquelas pessoas que insistem em negar a poesia da vida humana. Sabe como? Aqueles uns que acham que toda arte pode ser reduzida ao número limitado de regras e que se esquecem que ela é paralela à crença primordial... Aquela crença que os xamãs tinham nas florestas, que chefes de tribos adoravam, que os japoneses mantém por tradição e respeito, talvez até por sinceridade.

Por isto que se usava, em tempos passados, a arte muito ligada sempre à temas religiosos. Contudo, quando há esta separação nos tempos modernos, acontece que muitas pessoas se esquecem das origens da arte e a utilizam de modo egoísta, dentro de preceitos lógicos ou passíveis de explicações baseadas em sentimentos. O que dá no mesmo...

Ou seja, eles retornaram, sem querer, à tentativa de promover catarses, ou limpeza de pensamento nas pessoas, numa tentativa desesperada de chocar, de tirar do comum. E isto é visto em toda forma de artes contemporâneas: esculturas, pinturas, gravuras, poemas...

E, o melhor desta época, é a releitura da "poesis" (que escrevo errado de teimosia), numa superação da arte como algo factível... Mas no encontro, algumas vezes, com o transcendental, MESMO por meio de obras altamente racionais e pensadas - como são alguns concretistas, ou futuristas.

O Dadaísmo, na sua ilogicidade, na verdade se torna nem muito antiarte: é, na verdade, a expressão máxima da pessoa humana contra um negócio sufocador que é a vida no mundo moderno. E esta expressão pode produzir catarses, mas, neste caso, remonta muito ao que era aquela coisa do xamã, porque a catarse se torna pessoal e quem vir aquilo, não lerá mais do que um punhado de palavras sem sentido, pois está preso num mundo impregnado de razão.

E por isto creio, estipulo, basicamente, que a catarse artística é a base da crença. Porque é ao sentir a poesis no mundo é que há uma um encontro metafísico com algo maior, que permeia e orienta toda a existência.

A arte, portanto, é apenas um meio para achar um resquício (poesis) presente e impregnada em todo o tempo e espaço, quando há uma catarse neste viés, é que a crença em algo se consolida.

Muitos ateus dirão: "Mas eu não creio..."

Aí que eles se enganam: tiveram uma catarse na própria vida, só que indicando o oposto das correntes predominantes. Ou seja, eles perceberam a poesis no mundo como negação de Deus e um apelo às próprias habilidades, ou à ciência.

E daí que surge também a mitificação da ciência. O que é errado, do ponto de vista racional, científico, filosófico...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Indústria cultural: cultura/popular X popularesca/

A cultura popular é tida – por mim – não só como um conjunto de princípios e manifestações humanas de uma determinada população de indivíduos que atuam de maneira uniforme em um determinado espaço, é mais:é a própria ação destes seres de maneira tal que seu espírito seja representando, sem que haja necessariamente uma imposição de estilo, forma ou tema – como ocorre no que é tido por clássico/erudito. Ou melhor, quando as relações abstratas de vida são de certa forma condensadas e transpostas, comunicadas para outrem por meio de algum veículo de comunicação. É diferente dos outros conceitos de cultura, pois porque lida exclusivamente com tais crenças e compreensões de mundo, viveres de mundo. É uma forma legítima entendimento, por se tratar de um fenômeno espontâneo – ainda que às vistas acadêmicas pareça, algumas vezes, mal feita ou de mau gosto – feito totalmente integrado intrinsecamente com os desejos e anseios daquelas pessoas.

Contudo, há na mídia um fator chamado de “popular” que não corresponde a isto. É a “cultura popular de massa“, com um ponto principal que é, incertamente se esquecido ou simplesmente censurado, justamente é a parte que insiste em ser massificante. Para diferenciá-la da outra cultura, adotar-se-á termo “Cultura popularesca” e o adjetivo usado será: “Popularesco ( a )” usando do diminutivo de maneira, evidentemente, pejorativa, por representar a ideia de que este conjunto de manifestações é ilegítimo, e, portanto, inferior ao conjunto de manifestações populares.

O conjunto de manifestações popularescas é aquilo que é dito ser popular em prejuízo ao que de fato seja. Este subterfúgio é usado vezes baseado no que é popular, vezes em uma artificialização disso, por meio de algum instrumento de comunicação em massa. Tais elementos são criados para dois fins simples e básicos e intimamente ligados: 1) entretenimento; 2) consumo em massa. O primeiro é usado na privação das massas da posse de um ativo fundamentalemnte humano – capacidade de raciocínio crítico, cerceando as opiniões de todas as pessoas ao que um pequeno grupo, tido como “formador de opinião“, tem como norte em seus discursos. O segundo fator é a base da manutenção do sistema econômico em vigência, no caso, o capitalismo. Na verdade, o “consumo” como sinônimo de “uso final de algo” é visto, de maneiras diferentes, em todas as sociedades humanas, contudo o modelo de de consumo capitalista é especificamente em massa, dada a maneira como a qual as produções são realizadas, em se explorando e usando de mão-de-obra assalariada; os recursos são explorados com a máxima tentativa de obter lucro e eficiência, sem se importar com danos e a eventual escassez dos mesmos, na maioria dos casos, exceto em propagandas de “Responsabilidade social“; e as trocas, feitas: forçando ao explorado usar de parte do que ele trocou pelo seu trabalho pelo que ele mesmo produziu, ou poderia ter produzido com o mesmo, ou seja, criando uma discrepância, muitas vezes absurda, entre o trabalho em si e aquilo que o trabalhador poderia ter feito em se tratando dos valores de ambas as partes.

A relação entre o entretenimento e o consumo em massa se dá pela simples relação respectiva de causa e efeito tomada de maneira cíclica de duas formas: 1) a necessidade de consumo é anterior ao entretenimento; 2) a necessidade de consumo é posterior ao entretenimento. No primeiro caso, se trata de consumo de bens de necessidade primários, aqueles que sem os quais, não viveríamos, como alimentos e bebidas. Já no segundo, há a imposição de ideias por meio da mídia em que se necessita da propaganda da existência e dos benefícios do uso de determinado produto, estes são tomados como bens de consumo, meramente. Neste contexto que se insere o fenômeno da diferenciação do que seja popular do que seja popularesco.

Enquanto o popular é também o universo de necessidade humana de expressão feita fora de parâmetros e moldes artificiais tidos como clássicos e/ou eruditos, o popularesco é a utilização dessa necessidade de maneira a perpetuar o fator de etretenimento que visa garantir a coesão de consumo, ou seja, a paridade entre o produto popular e o produto popularesco, entre a realidade ficcional legítima e a realidade ficcional criada para satisfação das necessidades de manutenção do sistema. Na primeira, há os valores do povo, dos explorados; na segunda, os valores são os de quem explora, quem domina, ou pelo menos, os esperados pela elite por parte de quem seja dominado.

A indústria cultural, portanto, cria o popularesco e o toma como popular. Tal conceito não substitui o conceito de indústria cultural de massa, pelo simples fato que cultura popular está para cultura popularesca assim como o povo está para a indústria de massa. Assim sendo, aquilo que recebe o atributo “popularesco”, tem um peso, em termos de formação linguistíca equivalente ao de “popular”.

Cabe ressaltar ainda a hierarquia moral no juízo de valor estético filosófico entre ambas. Como já afirmado, o que provém do popular é algo bom, saudável e necessário para a manifestação e consolidação do povo como comunidade, porém o provindo da indústria cultural, portanto, popularesco, é um elemento de massificação e uniformização passiva, não de união verdadeira das pessoas que acabe por incidir na identidade de maneira absoluta a ponto de determiná-la.

Todavia, o que se observa com grande facilidade, em tempos contemporâneos, é a unificação de forma espetacular de ambos os conceitos. O popular está sendo tomado como popularesco e vice-versa. Quando um Estado-Nação chega ao cúmulo, por exemplo, de ter como elemento principal de “união popular” os eventos e elementos apenas divulgados pela mídia, acaba por se tornar uma popularização inventada de modos e paixões que, de fato, não interferem diretamente na vida dos cidadãos. É assim com o Carnaval e com o Futebol: acaba-se por ter uma identidade inventada a partir de elementos que a indústria cultural insiste em passar por popular, como se fosse legítma a expressão neste esporte por parte de pessoas que vivem em locais em que haja pouca expressão do mesmo – Estados principalmente do Norte – ou então de gente que passa por enormes privações e acaba tendo o foco desviado de qualquer forma de reivindicação para festejos carnavalescos ou jogos de futebol.

Seria o “Popularesco” análogo ao “circus” da “pax romana”? Absolutamente, a despeito das diferenças históricas – em que o povo romano se via orgulhoso de si próprio por ter o direito de decisão sobre vida ou morte em relação aos outros povos – pode-se inferir com certa tranquilidade que o uso de propagandas repetitivas e a imagem transpassada por meio de eventos esportivos acabam contribuindo para o controle do ócio em vias de entretenimento. Isto acaba tolhendo a capacidade de educação e libertação que tal período poderia proporcionar e, como consequência, vê-se um povo, à medida em que cria a cultura popular, também que se deixa dominar pela cultura popularesca, sendo esta, por sua vez, cria direta da própria manifestação de algum artista – popular – em particular que acaba por se render às formas preconcebidas de lucro, de obtenção de rendas por meio de sua arte. Arte esta que por não ser mais livre, acaba se tornando factível de censura/editoração, pelo simples fato de que um editor ou produtor qualquer pode simplesmente negar a publicação de tal obra desde que não haja “interesse” por parte do mesmo em fazê-lo.

Porém, as grandes empresas, que dominam oligarquizando a cena econômica midiática, em geral argumentam que não publicam – não têm interesse em – determinado artista pela possibilidade de não haver aceitação por parte do público em decorrência de algo chamado “moda” – outro fator popularesco - ou então em decorrência da falta da qualidade técnica do indivíduo que deixa a desejar nos quesitos estéticos do mínimo agradável – sendo este fator, porém, facilmente superado pelo primeiro, pois o primeiro produz somas de vultosos lucros para a corporação que o apóia.

Tal argumento torna-se radicalmente falho ou falacioso porque o meio, a moda, é ditada justamente pela cultura popularesca. Ou seja, o povo pode até gostar de algo colocado pela mídia – sim, pessoas podem fazer escolhas – mas esta escolha foi sobremodo influenciada pelo histórico do que se passa na sociedade em que vivem, bem como de tal forma influenciada pelos inúmeros estímulos diários propagandeados em seu habitat, que não só o produto de expressões populares em arte se tornam produto de consumo como, principalmente, o produto popularesco se torna popular. Como numa fábula qualquer do Esopo, em que algum lobo tenha se passado pela pele de um cordeiro, a massificação entorna a liberdade de expressão de pensamento – potencialmente gerador de críticas construtivas ao sistema – como uma liberdade de expressão propagandística voltada essencialmente ao mundo do “eu” ou das ditas “celebridades”.

O perigo maior disto, no entanto, é não se aperceber da situação, permitindo-se que se cometam excessos contra os direitos de privacidade, gerando uma influência de maneira tal efusiva, que se torna quase uma lavagem cerebral passada por gerações. Porque se omite a verdadeira situação do povo em troca de merchandising, anúncios de propaganda, sensacionalismo, programas medíocres de auditório, shows, eventos e espetáculos que acabam por amortizar a dívida que o Estado tem para com quem sequer entende direito o significado de “Programa Social”. A cultura popular deve ser mantida, incentivada e melhorada, isto, infelizmente, é oposto ao que querem indivíduos ditos políticos, mas que no fundo jamais passaram de aristocratas, senhores de engenho, que mantêm o povo em si, se aproveitando da falta de raciocínio crítico da gente humilde popular – mantendo, nestas terras tupiniquins, uma participação enorme no parlamento, por se tratarem, em sua grande maioria, vindos da Região Nordeste. Estes insistem em manter o popularesco, incentivá-lo e, até mesmo, crer na própria mentira criada senão por eles próprios, ou seus comparsas, por seus antepassados, donde, por sinal, herdaram a arte de unificar e manobrar as massas tornando imperceptível a diferença entre o popular e o popularesco.

PS.: Este efeito, contudo, não é restrito às personagens políticas nordestinas: há uma legião de políticos a Macrorregião Sudeste que morreriam pelo neo Liberalismo.

sábado, 29 de agosto de 2009

Insanidade e falta de Coragem

Outro dia, conversava com uma menina via msn. Apenas porque elogiei os olhos dela e a convidei para sair: a semana inteira que passou ela não mais falou comigo e depois disso, ainda veio o primo idiota cobrando satisfações. É mole?!

As pessoas estão loucas por causa do medo. Está certo que há muita gente estranha nesse mundo, mas nem 10% são psicopatas e os psicopatas não riem, ao contrário de mim. Está certo que tive muitas desilusões. Mas ainda estou vivo: fui ao inferno e voltei - apesar de que boa parte deste mundo ainda seja um inferno, não obstante, como poderia ter voltado de algo em que ainda estamos submersos?

Não há liberdade enquanto houver medo. Falta coragem pra muita gente... Falta coragem principalmente aos bons. Pois os maus, estes apenas seguem è própria natureza. Agora, imagine se aquela moça do começo da minha crônica tivesse tido coragem para interpelar o que não agradou bem no exato momento em que eu não tivesse agradado, mesmo sem querer? Que tipo de adultos estão criando que não conseguem dizer o que sentem? Vejo isto pelas moças com quem tive o prazer de negociar qualquer coisa que se queria amorosa... Tímidas, sem coragem. Assim como sociedade como um todo: acomodadas e de cabeça fácil de se guiar pela visão alheia. Principalmente de boatos e inverdades, naquele papel daquela super amiga fofoqueira, sabe como? Pois então, é o que a mídia faz com as pessoas: comandam-nas usando-se do poder de sugestão e intimidade.

Falta coragem para as pessoas dizerem: "BASTA, eu quero ser deixado em paz...Chega de celebridades: cadê MEU espaço de expressão? Chega de economia e ciências, políticas e tecnologias falsificadas e exibidas nas vitrines luminosas em nossas casas! Cadê os efeitos benéficos dos fatores acima diretamente relacionados as nossas vidas?"

Vivemos num mundo em que ou o adolescente saí e se atraca nas baladas, em promiscuidade excessiva, pois não sabe reconhecer limites, ou então vive em tendências suicidas pois não é bem amado. Equilíbrio e coragem, cadê?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Apologia aos limites e às definições I

Afinal, sem definição e sem limites como conseguir o que se quer? Você nem mesmo se conhece, nem sabe, portanto, o que quer. Essa confusão fará querer tudo ou coisa nenhuma. Portanto, aqueles que não se definem são mais frágeis que os limitados... Pois os que têm limites entendem suas próprias habilidades e até onde podem chegar e, quando há crises, entendem os motivos da mesma, podendo agir de maneira coerente e solucionar os problemas mais eficientemente que os indefinidos.

Decreto, portanto, a inutilidade filosófica da corrente massificada de que o ser humano não pode ser limitado. Pelo contrário: os limites e a ordem nos ajudam a atingirmos patamar tão elevado de liberdade que fosse como se não tivéssemos definição.

domingo, 2 de agosto de 2009

Funcionalismo Público

É estranho como coisas acontecem no mundo e não são corretas. Esse mundo é basicamente hipócrita, pra ser bem franco. Não queria que fosse assim, mas as coisas que acontecem são em sua grande maioria movidas pela própria aparência. É assim que formamos uma Nação crassa e cujo maior bem é a propriedade de persistência. Sendo que na verdade essa importância deveria ser a propriedade de consciência e revolução em sentido ético difundido para a população, hoje ignorante. Certo que é necessário educação. Mas aquilo é que me deixa mais indignado é que em pequenas ações há pessoas que têm a habilidade de serem exteremamente hipócritas. Refiro-me especificamente a inspetorias de certas univerdades e serviço público de modo gera,l que tenta impor uma idéia de profissionalismo, aplicando suas regras enfadonhas onde na verdade o que é necessário é simplificação e qualquer coisa, menos punição.

Tanto a burocracia que é enfadonha, tanto as regras que são aplicadas em determinados lugares... E tantos quantos mais forem os problemas; isso não vai terminar enquanto não propuserem uma eficácia completa da punição de todos - veja, eu disse bem: TODOS! - os que cometem erros semelhantes. Por que será que há uma lei aplicada em um lugar, com algum cão de guarda do governo pra cumprí-la e em outros lugares, a mesma é quase totalmente desconhecida? Vivemos nesse mundo totalmente contraditório. Mas muito muito hipócrita mesmo. Também, órgãos públicos cuja maior função é servir ao povo, acabam por se tornarem cabides de empregos e meros instrumentos de aplicação de multas, enrolação de populares, corrupção, má vontade e absurdos sacrilégicos para com a nossa grande Pátria amada.

Enquanto isso, estagiários e recém chegados ao serviço militar são quase forçados à eficiência na maioria dos lugares. Será que os mais novos devem mesmo sofrer, trabalhando pelo o que os mais velhos deveriam estar fazendo? Pela'mor de Deus?! As coisas não estão invertidas, senhoras e senhores? Pois é... E ainda assim não é difícil escutar funcionários sedentários, que fazem a mesma função por anos, tapados, sem a metade da preparação das que os jovens vêm sendo obrigados a ter devido ao extremamente competitivo mercado de trabalho, porém a culpa fuminantemente a qualquer erro que aconteça recai nos pobres dos estagiários. Gente que não entende que estagiário e recrutas estão APRENDENDO...!

Mas esse não é foco. Porque ainda restam muito, muito, muito mais a dizer. Cobram que se faça certo, cobram que seja entregue nos prazos, cobram que sejamos multidisciplinares, que sejamos pró-ativos a maior parte do tempo, mas será que quem nos cobra também é? Uma coisa que eu aprendi com outros exames éticos é que as pessoas não têm o mínimo direito de criticar algo que elas mesmas não são capazes de fazer. O máximo é que elas podem orientar aos mais novos o caminho que supostamente elas acham melhor. Mas mesmo assim, não há direito de imposição, por simplesmente não haver a ação das pessoas.

Voltando aos inspetores, os pobres acabam sendo aplicadores de uma regra mal pensada - pois mais moderna que seja jamais consegue se adaptar realmente às necessidades existentes de uma população por ser complexa - e que é ineficiente junto com sua ineficiência humana que não têm percepção suficiente pra perceber que os casais namorando nos bosques são inofensivos. Mas que os traficantes que ficam nas arquibancadas das universidades - esses sim, são uma afronta a própria Constituição. Mas a quem eles punem primeiro? Aos casais que estão namorando!

Será que a sua moral é/foi bem pensada e seus serviços estão sendo realmente bem feitos? Não questiono as sanções, talvez eles tenham lá suas razões, mas será que sua aplicação é bem feita? Quais prioridades devem existir no final das contas? Depois de conviver com a burocracia do serviço público, eu acabo tendo a impressão de que eles simplesmente agem como todos os outros servidores públicos: fazendo o mais fácil, pensando de maneira limitada e sendo o menos eficientes o possíveis por terem as prioridades mais equivocadas. Afinal, a prioridade é agradar ao chefe ou servir ao povo? Não há resposta certa oposta a servir ao povo. E para servir ao povo é preciso punir e fazer o que é mais urgente. Não o contrário. E é isso que vem ocorrendo na maior parte do serivço público - claro que há excessões, como programas de empreendedorismo espalhados por por aí.

Normalidade...

Há tração de nada, simplesmente perdida em meio a coisas e idéias vãs e fúteis. Grandes pessoas que não sabem comentar nada mais do que "Ahh, fulano é isso, sicrano é aquilo; fulaninha canta bem... E gente! Olha essa foto... " São simplesmente vazias. Seu conteúdo tende a zero, porque tente conversar sobre política ou então um pouco de economia... É muito mais fácil eu conversar com a maioria dos amigos meus sobre futebol do que sobre Deus. E tem gente que ainda me considerava vazio por ter passado algum tempo ligando pra aparência das garotas. (Agora eu sosseguei e vejo tudo muito mais claro.). O tempo perdido com nada poderia ser pensado em coisas úteis. Ou melhor, quem disse que o estudo é necessáriamente útil?! Alguém disse que aquilo podia mudar o caráter de alguém, o que não é fato - alguns criminosos com instrução usam toda a ciência para fazer o mal.


Ah, pois por que eu critico? Não adianta nada. Sou obrigado a me mediocrizar com as pessoas. Falar de coisas normais. Viver coisas normais. Ser normal. Mas a normalidade é do mal. É ingênua e cruel. Não que eu queira a minha excentricidade. É que meu raciocínio crítico não me permite engolir a massa cultural que existe. E eu sempre busco pelo novo, pelo desconhecido. Bom, desde que não repetitivo. E o que é novo, às vezes é o que é velho. Interessante: as pessoas não conhecem o passado e insistem em tentar discutir o que viram noite passada na TV, na novela.

Ser normal acaba sendo necessário. Saber da cultura pop é um pré requisito para ser aceito em grupos de amigos. Grupos sociais que permeiam o nosso mundo. Ok. Resigno-me a minha insignificância: vou ter que estabelecer pequenos passos para mudar o mundo e não ir direto na Revolução.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Arte - conceito

Não há consenso em relação a arte; alguns a relacionam intimamente com as belas formas e aquilo que é agradável ao ser humano, por serem peças únicas. Mas, isso não faz sentido, pois a arte é algo que tem em si mesma, algo que a possibilita em cópia e no entanto, sempre que se vir tal peça que for copiada, se lembra do autor original. E somente belo, pode não ter o sentimento de arte, é mais provável que seja nada mais do que um artifício para a execução da venda de tal artigo.

Cruel esse nosso novo mundo, ditado por convenções gritantemente hipócritas. Parece haver algo ligado ao gênio criador da obra, mas ao mesmo tempo, esse ato de criador se esvai e se torna irrelevante, tendo em vista a popularização alguns conceitos. As frases de efeito, os designs arrojados de carros, cadeiras e estabelecimentos - verdadeiras obras-primas assinadas por publicitários, designers, arquitetos e por aí afora. As pessoas fazem bonito, apenas com o intuito de agradar o mercado, o chefe ou algumas pessoas ao redor. Nunca para dizerem exatamente aquilo que pensam sobre determinados problemas. Usa-se da arte como mero instrumento pessoal.

Será a arte entretanto um sistema ligado a apenas produção? Talvez, se observarmos o apelo conceitual do termo que deriva do latim e que nesta língua antiga tinha como função principal uma espécie de sinônimo com a própria palavra técnica. Mas isso seria negar os séculos de sua evolução como um sistema independente cujo modo pelo qual se fazia arte, apesar de subordinado a alguma divindade, ou alguma idéia mais mística aos poucos se transformou num meio de lutar contra a opressão que se fazia a idéias mais científicas.

Seria arte uma mera abstração da cabeça de alguém? Ou seja, saiu da cabeça do artista, é novo, é criativo, é arte? Não... Se fosse assim, toda ciência também seria arte. Seria arte um produto de consumo? Não. O produto de consumo é naquilo que a arte se transformou, não o contrário. Tudo tudo nesse sistema pode ser comprado: toda forma de arte age como propaganda... Toda forma de arte mesmo? Impossível saber. A arte de Deus? Bem, a arte humana ou a arte das coisas naturalmente criadas? Difícil saber... Pois se a arte exige um aspecto humano, como pode haver arte advinda de Deus? Mas se os humanos foram mesmo criados à imagem e semelhança divina, logo Deus, por inferência, é capaz de arte. E sua Arte é a simplesmente TODA A GRANDE NATUREZA - não porque seja somente funcional, mas também porque o ser humano vê aquilo como belo e proveitoso.

Entretanto, este não é o ponto. A arte... Cadê a arte? Ela existe? Será um produto singular saído da mente de alguém, passível de reprodutibilidade? Arte... ARTE. Como é possível?

Princípios da arte

Decreta-se o fim da arte... Mas lá vem alguém falando de arte! Um mundo líquido como o nosso, em que tudo é extremamente dinâmico, como reivindicar que qualquer coisa seja duradoura? Em que sentido se pode usar um artifício? A arte é um suplício!

Só pode haver arte se esta representar um ideal. Porque a forma pelo nada, o conteúdo sem sentido, a bela forma sem espírito, não passa de coisa morta. Esteticamente bem postada, mas artisticamente inexistente. É como encontrar a moça dos seus sonhos em termos de beleza, mas se aperceber que esta seja extremamente fria na cama e no lido da vida diária. Portanto, arte precisa representar uma idéia. Não tem como negar essa associação... Algumas artes APENAS representam idéias. E essas podem ser chamadas de idealistas, portanto. São estas as ilustres pinturas abstratas, bem como os poemas. Apesar de suas formas, o que grita neles é o sentido. (afinal é impossível que haja sentido sem forma material.).

A Arte precisa de técnica. Precisa se manifestar de alguma forma, seja esta manifestação desenhada, falada, gravada ou escrita. Porque se não for assim, a arte não deixará de ser apenas uma ideia na cabeça de alguém e não cumprirá jamais a função de comunicar a ideia, a mensagem. A arte subentende também a comunicação, entretanto, é uma comunicação subordinada à ideia tal como ela é. Não a comunicação que visa ser clara, intentando o bom entendimento por parte de quem recebe a mensagem... O artista passa a ideia. Entretanto, esse mesmo artista pode ver a beleza de sua arte na tentativa proeminente de forçar as pessoas a raciocinarem, ajudando-lhas em sua inteligência e educação.

A arte não precisa ser necessariamente singular: basta ser plausível. Ou seja, toda ideia que pode ser defendida, é comunicada. Por isso que arte se relaciona às pessoas por meio de expressão de ideias e sentimentos. E essa comunicação pode ser feita de diversas maneiras. Assim sendo, há arte na propaganda: há ideias a serem defendidas e divulgadas, com determinada clareza, é claro, expressada por meio de determinada técnica.

A arte não precisa de verossemelhança. Tanto é verdade, que ela não só dispensa tal, como tal também pode ser fator básico de sua existência. O que ela necessita é da visão de como as coisas poderiam ser e o registro disso.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Debate sobre Religião e Ateísmo!

Não importa quantas provas de a existência ou inexistência de Deus mostrarmos para ateus ou teístas, respectivamente.

Não importa.

Assim como não faz sentido discutir o sexo dos anjos, ou a posologia do buraco de vento, as pessoas teimam em arranjar debates para se demonstrarem corretas. Mais próximas do real, sendo que, no entanto, seus referenciais são equivalentes, dessa forma, suas visões de mundo têm valores iguais.

O fato é que somos uma unidade de diversas dimensões. Um pensamento único que se divide ou se multiplica se tornando diverso, derivado das nossas próprias sensações. A realidade é contínua, padronizada na maior parte das vezes, e apenas pode ser analisada na extensão dos pensamentos de cada um, os quais por sua vez, são limitação e limitados ao mesmo tempo pela lógica daquilo que se tem como real. O que dá como implicação prática a inexistência da objetividade absoluta. Ou seja, há inexistência da própria objetivadade, tendo em vista que para que esta exista é necessário que se tenha uma lógica tida como correta por ser provável e evidente - ou seja, absoluta - isto em qualquer meio, sob qualquer circunstância. Porém isto é impossível: aplicando qualquer exame mental, sob dadas circunstâncias, mesmo a ideia tida como mais verdadeira, como mais próxima do certo e do real, pode falhar, pode se tornar absolutamente errada.

Como a subjetividade se dá, em seu sentido primeiro, como uma objetvidade relativa ao sujeito, relativa ao observador ou ao observado, então toda a descrição da realidade acaba se tornando, simplesmente, uma esfera de pensamento: um modo de ver o mundo que pode ser explicado de diversas maneiras. Até mesmo, incitando a ausência de explicações - o que acaba sendo outra forma de tentar dizer o que é.

Portanto, diga o que quiser, passe o que passar...
Discuta o quanto quiser: a realidade de cada um é a mais pura verdade para aquela pessoa. A VERDADE Absoluta existe? Sim... No parâmetro suficiente da inexistência de erros. Mas o que são erros? Imprecisões, incoerências, insatisfações, contradições? Não será por ser simples e contraditório que este raciocínio se torna belo e impressionantemente verdadeiro? Vejo isso em poesia - dos grandes poetas - quase o tempo todo quando paro para ler. Há de fato qualquer coisa que possa ser chamada de erro? A tentativa de evitar erros é incoerente na medida em que nosso modo de ver objetivo é relativo, portanto subjetivo, assim sendo, é impossível por não saber, por não fazer ideia, dizer simplesmente "não sei". Exceto em casos de completa ignorância, o mais sensato seria dizer que se tem uma ideia, mas não se tem certeza. Em discussões filosóficas embasadas em empirismo, pode até ser que não tenha certas provas, no entanto limitar-se a observar como se não soubesse, calcado na 'ignorância' é, de certa maneira, algo ardilosamente arquitetado para disfarçar a real natureza daquele experimento que já foi iniciado com algum propósito.

A postura agnóstica faz-se portanto insensata: crer que não sabe e esperar pelas comprovações já é uma posição e por si só uma crença e portanto pode ser incoerente, imprecisa, insatisfeita, con . Ou seja, não saber é crença tanto quanto o saber científico ou o saber religioso - ambos tão válidos quanto. Embasar-se apenas em dados concretos limita a visão do sujeito... Porque nada é na verdade concreto: é misto de energia condensada com o sentido que você quer dar para aquilo.

Se Deus existe? Diria que não, se não O sentisse. E não é indução do meio social- talvez apenas a escolha da religião o seja, mas a minha religiosidade é um fator que seria independente da religião que professasse - até mesmo se fosse ateu, me tentaria a crer em coisas místicas. E pela fé tenho forças... Mas desconsideram isso. A experiência mística e a razão instrumental parecem inimigas eternas e aliadas num mesmo xadrez infinito e espiral. Uma não existe sem a outra: em algumas épocas uma prospera e em outras, outra.

Vive-se numa correr cíclico: apolônio e dionisíaco. O que a "ciência" faz? Disfarça a enorme falta de compreensão do ser humano sobre si mesmo. Sobre o mundo. Utiliza conhecimento para alienar. Usa do saber para tirar... E isso, isso não admitimos.
O que a religião faz? Exatamente o mesmo...
Opa! Peraí?! Será que o grande problema são as coisas - digo, o estudo sobre as coisas - ou observador dessas coisas? Qual será o prisma correto? Ateu ou teísta?

Particularmente creio em DEUS. Aquele que é. Como é. Em tudo... Dando seu calor e movendo o Universo pelo tempo e espaço. Iluminando o caminho das pessoas de missão maior e guiando a Evolução, dando aval ao lado científico com as mutações e a herança genética de toda forma viva.

Mas, o que dizer? Há pessoas que negam veementemente Deus. Descrença pode ser pior que crença e crença pior que descrença... Depende a pessoa, o momento, a ocasião. Quero dizer, no fundo no fundo...:

Talvez não haja um só homem na face da Terra que haja sequer metade como as religiões - todas - dizem que é pra agir em voz uníssona (não, não falo de maneira alguma das divergências, mas sim dos acordos, das convergências). Portanto os efeitos da crença ou descrença não podem ser medidos por visão objetiva e cartesiana... Não mesmo. Como diria Galileu: todos os referenciais são equivalentes apenas bastando a sua escolha para aquele no qual você se sente mais confortável ou que você descreva melhor o fenômeno.

Concluo portanto, que nenhuma das ideias que vem de fora valem. A história de tudo pouco importa. Não importa os raciocínios lógicos. Não importam tudo quanto digam... São palavras vazias, vãs. As teologias, as ateologias no fundo, no fundo, de nada servem. Não importa a Bíblia ou os tratados de Darwin: eles falam sobre as mesmas coisas... As pessoas não entenderam isto e ficam se atacando como se fossem ideias ou ideais totalmente opostos!

A única coisa que pode salvar o ser humano é sua ação em prol do bem de seu semelhante de acordo com suas crenças, princípios e valores. Mas, o que pode julgar esse modo de agir? Como somos todos falíveis, não podemos nos dizer infalivelmente quem é certo ou errado. Nem usar a lógica para tal - nossa lógica acaba falhando como nós mesmos. Dessa meneira, é que o verdadeiro teísta jamais deveria julgar, ou recriminar alguém, mas estar aberto sempre às discussões.

E, de qualquer maneira... Isso também pouco importa.
Importa mais a resposta de uma simples pergunta:

"O que de bom você fez hoje?"

Mas o que é bom, afinal? Sobre qual parâmetro? Afinal, o bem e o mal são objetivamente relativos. Dependem da ocasião e da sua forma de agir em resposta à ocasião, muito mais do que da forma de pensar. O pensamento se torna reflexo.O único parâmetro de Bem e Mal Absolutos é/seria o Ser Absoluto. E este é Verdade pra mim. Mas não para os outros... Ou seja, seria eu o esquizofrênico? Ou será que eu vivo num mundo doente? Bem, vejo por aí gente egoísta, consumista, grosseira: quando percebo isto eu me sinto mal. Quando eu ajo assim, também.

Como esse comportamento individualista é estimulado por nossa sociedade materialista (não que a falta de etiqueta seja algo difundido...: mas sim, o comportamento egoísta que é), então me pergunto: Será que nossas crenças valem algo para nós mesmos? A discussão entre crença ou descrença faz sentido? Volto a bater nesta questão. O ateísmo pode gerar mal e esta lógica é sensata, bem como o teísmo, também pode gerar mal... Porém, o que é mais interessante é que ambos concordam que se as pessoas vivessem guardando os preceitos religiosos a religião, na verdade, não precisaria existir. Se todos fôssemos infalíveis não faria sentido fé alguma. Então Deus ou a ausência dEle não precisaria ser sequer mencionada: afinal, estaríamos agindo, TODOS, como Deus quis - para o bem social - e não como o ego de cada um quer.

Por fim, volto a deixar apenas umas perguntas: o que é bem? é apenas o que mantém a vida? E o que dizemos manter a vida realmente mantém? Ou procuramos ofegantes desesperadamente uma sobrevida apenas? Enfim:

O que de bom você fez hoje?